13 de jun. de 2024

Efeito da poluição em peixes

    Com o crescimento da população humana, defasagem em conscientização e falta de uma solução concreta e segura para o descarte de dejetos, as águas estão cada vez mais em alerta sobre a condição de saúde de seus mais lembrados moradores: os peixes. Ambientes degradados são cada vez mais comuns no meio aquático e "a vida é afetada sempre que o meio ambiente é submetido a impactos que excedem determinados limites" (CUNHA, 2024). O artigo Efeitos da poluição em peixes de Luiz Paulo Rodrigues Cunha faz um breve relato sobre estudos de alguns dos mais notáveis casos dessa “pandemia da sujeira”.

    Diversas são as enfermidades causadas pela poluição nos peixes e nem sempre podem ser observadas à primeira vista, pois nem todo o estrago é externo. Estresse, por exemplo, é uma das consequências que não pode ser tão facilmente observada. Seu principal efeito é a queda de imunidade resultando em diversas patologias. Esses animais apresentam perda de força física que os incapacita de fugir de predadores, “diminuição na capacidade de resistência às enfermidades, [...] aumento das disfunções fisiológicas ou anomalias, [...] efeitos sobre o crescimento e a reprodução, e, em casos extremos, [...] morte do animal" (CUNHA, 2024). Cunha (2024) ainda acrescenta que a produção de anticorpos é maior em animais que são retirados de ambientes poluídos do que os que continuam nos mesmos. Como consequência de toda a “fraqueza” de um peixe que vive em ambiente degradado, sua susceptibilidade aos parasitas e agentes microbianos aumenta.

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    Além de todas as enfermidades já citadas, existem muitas outras consequências não infecciosas, como: problemas estruturais, defeitos fisiológicos ou condições genéticas anormais variadas. Organoclorados e metais tóxicos são apontados como algumas das razões para que morfologicamente os ossos dos peixes sejam os mais afetados seguidos de neoplasias.Tanto peixes dulcícolas como marinhos sofrem com compostos químicos liberados nas águas, os ovos desses animais são especialmente sensíveis na fase de meiose e início da clivagem, fazendo assim o surgimento de animais com anomalias diversas. As anomalias ósseas destacam-se entre os problemas, sendo ou não de origem genética ou embrionária, “incluem flexões e compressões da coluna vertebral, fusões de vértebras, mandíbulas mal formadas, opérculo reduzido e [...] assimetria craniana” (CUNHA, 2024). Outras anormalidades incluem perda ou defeito nas nadadeiras, alterações nos padrões das escamas e pigmentações estranhas. Diversos peixes apresentam nadadeiras corroídas conhecidas como "nadadeiras apodrecidas" pelo contato com sedimentos contaminados. Esses animais produzem menos muco protetor que os peixes em geral. Animais afetados por tumores e demais adversidades servem para indicar níveis de carcinogênese em algumas águas e "alertar" o risco ao ser humano. 

Apodrecimento de barbatanas
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    Cunha (2024) afirma que a maior parte dos peixes consumidos no mercado são de áreas costeiras e é justamente a parte mais contaminada das águas e que assim possui mais peixes afetados. Esse aspecto aumenta o preço final para o consumidor, pois haverá maior mão de obra ao selecionar os peixes que podem ser consumidos, cortar as partes com problemas e, pela diminuição dos espécimes, dificuldade em bater metas pesqueiras.

criapeixe.blogspot.com

    Atualmente se conhece menos de 2% sobre as enfermidades causadas por poluentes em todas as espécies de peixes, ficando as pesquisas muito focadas em entender as consequências apenas nas espécies comerciais. Outra dificuldade que se enfrenta é a coleta de peixes enfermos para a análises, visto que os mesmos tendem a morrer rapidamente e assim não são encontrados. Isso dificulta para os estudiosos juntar provas de que a poluição é realmente o causador de tais fatalidades já citadas, deixando tudo como fatores circunstanciais.


Artigo - sem adendo: 
CUNHA, Luiz Paulo Rodrigues. Efeitos da poluição em peixes. 2024. Universidade do Rio Grande - Departamento de Oceanografia. Disponível aqui. Acesso em: 05 mar. 2024.

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