31 de ago. de 2021

Estou aleatória + lobos em caneta

    E essa postagem também vai ser BEM aleatória!

    Estou com o hipotireoidismo desregulado, então acabei caindo na infantil bobeira de desenhar durante uma aula inteira:


    Vai demorar para esse negócio voltar ao normal? Estou desde o começo do semestre desregulada e vem piorando minha concentração e respiração cada dia mais.

    E fica registrado aqui também que ainda não tenho acesso ao meu AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) sendo que a aula está sendo toda em EAD. Santa desgraça! Ele (AVA) não faz login e quando consegue aparece sem nenhuma matéria:


    E sobre aquela minha mensagem nunca ter sido respondida pela instituição... Pois é, continua sem resposta! Ser ignorada dói, causa enorme agonia e sensação de incapacidade... Mas estou acostumada!

    Fica ai o resultado da desconcentração: 



29 de ago. de 2021

Não tolero - parte II

    Você se formou em programação? Legal, já sei onde arrumar meu computador.
    Não sou suporte, não faço manutenção e não foi nisso q me formei.

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    Designer é muito caro pra contratar. Faz pq mim? 
    Vou  ter o mesmo trabalho e então cobrarei igual.

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    Você faz veterinária? Então vc gosta d animais?
    Você pergunta para um pediatra se ele gosta de crianças?

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    É um passarinho meio marrom, você sabe qual é, né? Aquela árvore que se chama rabo-de-macaco louco, com certeza você conhece...
    Não é porque estudei biologia que conheço todas as plantas, animais e nomes científicos do mundo muito menos com descrições genéricas e nomes regionais.

plenarinho.leg.br

    Conheço a protetora X que mora lá não sei onde. Você deve conhecer.
    Por qual razão alguém pensa isso? "Protetoras" não são celebridades e mesmo assim eu conheço bem poucas celebridades com essa minha vida desligada de televisão ou rádio. Fora que isso não é uma profissão apesar de muita gente tratar assim.

cachorrogato.com.br

    Me ensina a tocar bateria? 
    Ainda bem que isso acabou com o passar dos anos! De qualquer forma qualquer pessoa pode fazer aula com quem da aula, certo? Insuportável lembrar quantos "amigos" tive na adolescência achando que eu ia fazer isso só porque eram amigos.

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    Te tomou muito tempo por acaso? 
    Muitos trabalhos não são medidos pelo tempo que levam e sim por tudo q estudei para chegar aqui. Se não quer pagar pelo meu trabalho nem me procure para faze-lo.

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    Faz pra mim? Eh facinho pra você.
    Faço, cobro e levo o crédito.

vhv.rs

    Me ensina a fazer tal coisa?
    Ai eu passo o lugar onde aprendi a fazer e a pessoa fica irritada porque tem que ler e aprender da mesma forma que eu fiz! Socorro!

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E a pior de todas...

    Você sabe tudo.
    Não! Apenas coincide de eu saber muitas das resposta de coisas que você me pergunta. Ninguém sabe tudo, nem o Google e muito menos eu!

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28 de ago. de 2021

Mini Glossário de Epidemiologia

DOENÇA EMERGENTE E DOENÇA RE-EMERGENTE

No contexto da saúde, a doença emergente pode ser definida como: "o surgimento ou a identificação de um novo problema de saúde ou um novo agente infeccioso [...] ou microorganismos que só atingiam animais e que agora afetam também seres humanos" (PAZ; BERCINI, 2009).  

De acordo com Paz e Bercini (2009), as doenças re-emergentes “indicam mudança no comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, que haviam sido controladas, mas que voltaram a representar ameaça à saúde humana” e que “inclui-se aí a introdução de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros suscetíveis”. São doenças resistentes às drogas que reaparecem após período de declínio significativo. Nesse caso, pode-se citar o retorno da dengue e a expansão da leishmaniose visceral no Brasil (BOULOS, 2001; BRASIL, 2008)


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ENDEMIA


De acordo com Sanches (2020): "uma doença endêmica é aquela que se manifesta com frequência em determinadas regiões, geralmente provocada por circunstâncias ou causas locais. Ou seja, a população convive constantemente com a doença". “Uma infecção endêmica está presente em uma área permanentemente, o tempo todo, durante anos” (HENRIQUE, 2019). Um exemplo de doença endêmica é o HIV.


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EPIDEMIA


A epidemia ocorre quando "os surtos começam a acontecer em várias localidades ao mesmo tempo [...] e o quadro geralmente consiste em um pico no número de casos e depois uma diminuição deles" (SANCHES, 2020). Ao contrário da pandemia, a epidemia não basta ter somente o critério quantitativo para ser definida, mas um caráter endêmico: a doença ser peculiar a um povo, país ou região (HENRIQUE, 2019). De acordo com Henrique (2019): “a definição de epidemia para a OMS corresponde à propagação de uma nova doença em um grande número de indivíduos, sem imunização adequada para tal, em uma região específica.”


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EPIZOOTIA


De acordo com o site da Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Estado de Goiás (2012), o termo Epizootia é "um conceito utilizado na saúde pública veterinária para qualificar a ocorrência de um determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não a morte". CARNEIRO, Ana Karine Borges et al. (2018) definem o termo como "a ocorrência de adoecimento ou morte em uma população animal, incluindo ossadas, sem causa definida, que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos" e adicionam que "a definição pode ser subjetiva, levando-se em conta que é baseada no número de novos casos em uma determinada população animal, durante um determinado período com uma taxa substancialmente excedente ao esperado de sua base". Ainda de acordo com Carneiro (2018), são doenças mais relacionadas às epizootias a febre amarela (FA), através da identificação precoce da circulação viral na população de macacos mortos ou doentes (vigilância passiva), e a raiva.


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FATORES CONDICIONANTES X FATORES DETERMINANTES


Na medicina são diversos os fatores determinantes ou condicionantes: Para 

“a Lei Orgânica da Saúde, os fatores determinantes e condicionantes de saúde são: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais para a saúde. Para a Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde, os determinantes sociais são: os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os determinantes sociais da saúde como: condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem, incluindo o sistema de saúde”. (WADT, 2019).

Essa forma de catalogar os fatores acaba por evidenciar problemas, como Wadt (2019) destaca: “os determinantes sociais são os responsáveis pelas diferenças injustas e evitáveis entre pessoas e países. Percebemos que a saúde é um processo social e os aspectos sociais e as decisões políticas interferem nas condições de vida e na saúde das populações, além de “favorecer” o adoecimento”. 

Acaba por ser determinante tudo o que leva o indivíduo a ser saudável e condicionante tudo aquilo que impede que o mesma tenha saúde.


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FÔMITE


"Um fômite refere os objetos inanimados que podem levar e espalhar a doença e agentes infecciosos. Fômites podem igualmente ser chamados de vetores passivos" (ZOPPI, 2021). São objetos contaminados com agentes infecciosos vindos de indivíduos contaminados que podem vir a contaminar indivíduos saudáveis.


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INCIDÊNCIA


É uma medida que refere-se ao número de novos eventos ou casos de doenças em uma população em risco durante determinado período, podendo ser medida de duas formas: incidência cumulativa ou taxa de incidência (ou densidade de incidência) (WAGNER, 1998). A incidência de uma doença "mostra a intensidade com que ocorre uma doença numa população, medindo a frequência ou a probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população" (SIGNIFICADOS, 2021). Resume-se como a quantidade de um grupo de indivíduos inicialmente livre de uma determinada enfermidade que a desenvolve durante um determinado período de tempo.


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LETALIDADE


É uma medida dada em porcentagem equivalente à gravidade da doença e o cálculo deve ser feito dividindo-se o número de óbitos por determinada doença pelo número de casos da mesma doença e multiplicando-se o resultado final por 100 (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2021), como demonstrado na fórmula abaixo:


Fonte: Bonita, Beaglehole e Kjellström (2010)


https://g1.globo.com



MORBIDADE


O site Significados (2021) apresenta o conceito de morbidade (ou morbilidade) como sendo: "uma variável característica das comunidades de seres vivos e refere-se ao conjunto de indivíduos, dentro da mesma população, que adquirem doenças (ou uma doença específica) num dado intervalo de tempo". Pode-se concluir que essa variável indica o comportamento e o agravo das doenças dentro de uma determinada população (SIGNIFICADOS, 2021). A morbidade possui outros parâmetros básicos que são a incidência, prevalência, taxa de ataque e distribuição proporcional (SIGNIFICADOS, 2021).


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MORTALIDADE


Está ligada à taxa de mortalidade, mas difere-se dela por ser "referente a tudo que é mortal. Costuma se referir ao número de pessoas que morreram em determinado local, levando em consideração determinado período de tempo (taxa de mortalidade)" (SIGNIFICADOS, 2021). Sua taxa "é calculada dividindo-se o número de óbitos pela população em risco" (UFSC, 2021). Bonita, Beaglehole e Kjellström (2010) destacam que "a principal desvantagem da taxa de mortalidade geral é o fato de não levar em conta que o risco de morrer varia conforme o sexo, idade, raça, classe social, entre outros fatores” e que “não se deve utilizar esse coeficiente para comparar diferentes períodos de tempo ou diferentes áreas geográficas". O cálculo da mortalidade geral é o seguinte:



Fonte: Bonita, Beaglehole e Kjellström (2010)


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PANDEMIA


Pode ser definida como: “uma epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários países, em mais de dois continentes, aproximadamente ao mesmo tempo [...]. A maior mobilidade e o número de viagens realizadas em todo o planeta são a principal causa pela qual uma pandemia pode ser desencadeada” (HENRIQUE, 2019). Um exemplo atual de pandemia é a Covid-19.


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POPULAÇÃO


O dicionário online Infopédia (2021) classifica população com três definições:

“1. totalidade dos indivíduos de um país, região ou localidade; habitantes

2. conjunto de indivíduos da mesma condição ou profissão

3. grande número; multidão

4. BIOLOGIA: conjunto dos indivíduos de uma mesma espécie que ocupam determinada área geográfica


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PREVALÊNCIA


A prevalência é uma medida que pode ser conseguida através de fórmula matemática que consiste em determinar a proporção de indivíduos de uma população infectados com uma doença em um determinado momento. O resultado é uma medida estatística relacionada a um ponto específico no tempo, mesmo que a coleta dure alguns dias ou anos (WAGNER, 1998). A fórmula, onde P representa Prevalência, é a seguinte:


Fonte: Wagner, 1998


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VETOR


Santos (2021) define que: "os vetores são os veículos de transmissão do agente causador da doença, ou seja, é o organismo capaz de transmitir o ser vivo que realmente desencadeará uma enfermidade". Os vetores podem ser classificados em dois tipos: biológicos (onde o agente causador da doença pode se multiplicar e desenvolver-se em seu interior) e mecânico (apenas transporta o agente) (SANTOS, 2021). Um conhecido exemplo de vetor no Brasil é o mosquito

Aedes.

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VIRULÊNCIA


"A virulência relaciona-se com o grau de patogenicidade de um microorganismo, ou seja, a sua capacidade de causar danos (infecções)" (CONCEITO DE, 2013), ou seja, é a capacidade que um agente biológico (vírus, fungo ou bactéria) tem em produzir efeitos graves ou fatais no ser atingido.


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SURTO


O termo surto é usado na Saúde "quando há um aumento inesperado no número de infecções em uma região específica (como, por exemplo, um bairro)" (SANCHES, 2020). São causadas por doenças que possuem um característico alto poder de expansão em pouco tempo, mas ainda restritas a uma região (VARELLA, 2020).


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REFERÊNCIAS 



BONITA, R.; BEAGLEHOLE, R.; KJELLSTRÖM, T.. Epidemiologia Básica. 2. ed.  Santos Editora, 2010. 230 p.


BOULOS, M. Doenças emergentes e reemergentes no Brasil.  Ciência Hoje, v.29, n.170, p. 58-60, 2001.


CARNEIRO, Ana Karine Borges et al. Plano Estadual de Vigilância das Epizootias. Fortaleza, Ceará: Governo do Estado do Ceará, 2018. 59 p.


CONCEITO DE. Conceito de virulência. 2013. Disponível em: https://conceito.de/virulencia. Acesso em: 24 ago. 2021.


HENRIQUE, Elisa Salomão. Pandemia, epidemia e endemia: significados e diferenças. 2019. Disponível em: https://www.sanarmed.com/epidemia-endemia-e-pandemia-seus-significados-e-suas-diferencas-colunistas#Epidemia. Acesso em: 23 ago. 2021. | Colunistas


INFOPÉDIA. População. 2021. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/popula%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 24 ago. 2021.


PAZ, Francisco Antônio Z.; BERCINI, Marilina A.. Doenças Emergentes e Reemergentes no Contexto da Saúde Pública. 2009. Disponível em: http://www.boletimdasaude.rs.gov.br/conteudo/1441/doen%C3%A7as-emergentes-e-reemergentes-no-contexto-da-sa%C3%BAde-p%C3%BAblica-. Acesso em: 23 ago. 2021.


SANCHES, Danielle. Endêmico: entenda o que é o possível próximo estágio do novo coronavírus. 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/15/endemico-entenda-o-que-e-o-possivel-proximo-estagio-do-novo-coronavirus.htm. Acesso em: 23 ago. 2021.


SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Vetor e Agente Etiológico. 2021. Disponível em: https://www.biologianet.com/curiosidades-biologia/vetor-agente-etiologico.htm. Acesso em: 24 ago. 2021.


SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS. Epizootias. 2012. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7433-epizootias. Acesso em: 23 ago. 2021.


SIGNIFICADOS. Significado de Morbidade. 2021. Disponível em: https://www.significados.com.br/morbidade/. Acesso em: 24 ago. 2021.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Epidemiologia: Conceitos da Epidemiologia. 2021. Disponível em: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top5_3.html. Acesso em: 23 ago. 2021.


VARELLA, Drauzio. Surto, Epidemia e Pandemia: conheça a diferença. 2020. Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/o-que-define-surto-epidemia-ou-pandemia/. Acesso em: 24 ago. 2021.


WADT, Patricia. Afinal, o que são determinantes da Saúde? 2019. Disponível em: https://www.direcaoconcursos.com.br/artigos/determinantes-saude-concursos/. Acesso em: 23 ago. 2021.


WAGNER, Mário B. Medindo a ocorrência da doença: prevalência ou incidência? 1998. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/54350/000164480.pdf. Acesso em: 23 ago. 2021.


ZOPPI, Lois. O que são Fômites? 2021. Disponível em: https://www.news-medical.net/health/What-are-Fomites-(Portuguese).aspx. Acesso em: 23 ago. 2021.



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25 de ago. de 2021

Trogon surrucura: Surucuá-variado, surucuá-de-peito-azul

"Habita matas e cerrados. Durante a época de reprodução, o macho apresenta comportamento muito territorialista, não só na região onde está situado o ninho, mas também defende as áreas onde estão localizadas suas fontes de alimento. Ele persegue outras aves e predadores mesmo longe do local do ninho por um voo direto até o intruso acompanhado da emissão de gritos. Belas exibições aéreas são realizadas, e nelas, as asas abertas e a cauda em leque são expostas, dando a ave uma aparência bem maior. Estes voos também são usados ​​como um sinal agressivo para outros machos. Durante as exibições, a apresentação da coloração do abdome é também mais exposta fazendo um belo contraste com a porção interna de coloração escura da asa. [...] 

Seu nome científico significa: do (grego) trôgón, trogo = devorar, roer, para roer ou para ser roído a forma como a ave se alimenta; e do (guarani) surrucura = nome indígena para a ave. Ave devoradora surrucura." (Wikiaves, 2021)

Machos de variedades distintas
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Surucua_trogon e  https://www.wikiaves.com/wiki/surucua-variado



23 de ago. de 2021

Química do organismo: pH

Um breve resumo dos processos químicos o organismo em relação ao equilíbrio de pH.



1 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO


O metabolismo gera ácidos e bases, influenciando no pH dos fluidos corporais, sendo que as alterações no pH do meio modificam a estrutura de proteínas (SOARES, 2021). O equilíbrio do corpo entre acidez e alcalinidade é denominado equilíbrio ácido-base ou equilíbrio ácido-básico. De acordo com Lewis (2021): 

“a acidez do sangue aumenta quando o nível de compostos ácidos no corpo aumenta (por meio do aumento da ingestão ou produção, ou da diminuição da eliminação). O nível de compostos básicos (alcalinos) no corpo diminui (por meio da diminuição da ingestão ou produção, ou do aumento da eliminação). A alcalinidade do sangue aumenta quando os níveis de ácido no corpo diminuem ou quando os níveis de base aumentam”.


Figura 1 - Escala do pH. 

Fonte: site Toda Matéria (2021)


Com base nessa informação, o organismo utiliza três mecanismos para

manter o equilíbrio ácido-básico: tamponamento químico dos fluidos corporais, ajuste respiratório da concentração sanguínea de dióxido de carbono e excreção de íons hidrogênio ou bicarbonato pelos rins (SOARES, 2021).


A tabela 1 e figura 2 apresentam um bom resumo dos desequilíbrios causados no organismo juntamente com sua solução de regulação do pH:


Tabela 1 - Sistemas de Compensação

Fonte: ufrgs.br (2021)


Figura 2 - Desequilíbrios de pH no organismo

Fonte: AP Hysiocursos (2021)



1.1 SISTEMA TAMPÃO


Conhecido como Sistema Tampão, esse tipo de tamponamento químico impede grandes desvios de pH, mesmo que ácido ou base seja adicionado à solução. Está presente no sangue, líquido intersticial e líquido intracelular. Os principais tampões químicos são: bicarbonato, hemoglobina, proteínas e fosfato (SOARES, 2021).


Os sistemas de tampão são combinações feitas pelo próprio organismo que ocorrem naturalmente quando há ácidos fracos e bases fracas que existem em pares que estão em equilíbrio sob condições de pH normal. Esse sistema funciona quimicamente para minimizar as alterações do pH da solução pelo ajuste da proporção de ácido e base (LEWIS, 2021). Fogaça (2021) faz um exemplo desse equilíbrio utilizando o sangue humano no processo: 

“O sangue, por exemplo, possui pH normal igual a 7,4, e a adição de 0,01 mol de HCl a 1 L de sangue praticamente não altera seu pH normal. Isso ocorre exatamente porque o sangue humano possui soluções-tampão, como algumas proteínas, e a mistura de H2PO4/HPO42-. [...] O ácido sofre ionização (pequena) e o sal sofre dissociação (grande), formando o seguinte equilíbrio: 

H2CO3 ↔ H+ + HCO3-

NaHCO3 → Na+ + HCO3-

Assim, se for adicionado algum ácido forte no sangue, ele sofrerá ionização, gerando os íons H+ que normalmente alterariam o pH do meio. Porém, no sangue, eles reagem com os ânions HCO3- que estão presentes em grande quantidade no sangue por serem provenientes tanto da ionização do ácido carbônico quanto da dissociação do sal bicarbonato de sódio. Dessa forma, formarão ácido carbônico.[...] Isso significa que o aumento dos íons H+ em solução provoca um aumento proporcional de moléculas de ácido carbônico, e a variação do pH (se houver) será muito pequena.

Por outro lado, se for adicionada ao sangue uma base forte, ela sofrerá dissociação e dará origem aos íons OH-, que reagirão com os cátions H+ provenientes da ionização do ácido carbônico, formando a água e neutralizando os íons OH-. [...] A diminuição dos íons H+ provocará um deslocamento no sentido do equilíbrio químico para o lado que aumenta a ionização do ácido e, assim, a variação do pH do sangue (se houver) será muito pequena. [...] Portanto, se a concentração de CO2 no sangue sofrer alguma variação, o pH também será alterado. Se o pH do sangue ficar abaixo de 7,4, haverá um quadro de acidose, e o limite inferior de pH que uma pessoa pode apresentar, sobrevivendo por tempo reduzido, é de 7,0. Por outro lado, se o pH do sangue ficar acima de 7,4, haverá um quadro de alcalose, e o limite superior é igual a 7,8”.


O sistema de tamponamento de pH mais importante no sangue humano envolve o ácido fraco carbônico e os íons de sua base fraca correspondente, que é o bicarbonato (LEWIS, 2021). A falha no equilíbrio do pH corpóreo origina a acidose ou alcalose, que serão abordadas mais à frente.



1.2 PULMÕES


Ao eliminar gás carbônico, a função pulmonar diminui a acidez do sangue, contribuindo para que ele mantenha o nível de alcalinidade desejável para manter a normalidade no trabalho das células e órgãos do corpo como um todo (JP, 2019). Naturalmente, o  metabolismo normal produz ácidos que são neutralizados, eliminados do organismo ou são incorporados a outras substâncias. De acordo com Brito (2016): 

“Em condições normais de metabolismo, são produzidos por dia, por um indivíduo, cerca de 12.000 miliequivalentes de H+, ou 12.000 miliequivalentes de CO2. Menos de 1% desse ácido é excretado pelos rins. O dióxido de carbono é transportado no sangue, sob a forma de um ácido volátil [...] e eliminado pelos pulmões. Em solução aquosa, como no plasma, o CO2 é hidratado, formando o H2CO3 (ácido carbônico), que se dissocia em H+ e HCO3-. O sangue venoso transporta, dessa forma, o dióxido de carbono produzido nos tecidos até os pulmões, onde se difunde pela membrana alvéolo-capilar, para o ar dos alvéolos; durante a perfusão, o sangue venoso transporta o CO2 ao oxigenador, onde se difunde para o ar ambiente. O oxigenador desempenha o mesmo papel dos pulmões, na regulação do equilíbrio ácido-base durante a perfusão. As oscilações e a transferência do CO2 dependem apenas da ventilação; a água é reaproveitada pelos tecidos ou eliminada pelos rins. Quando o CO2 não é eliminado adequadamente, acumula-se no sangue e reage com a água, aumentando o teor de ácido carbônico. O ácido é parcialmente neutralizado pelo bicarbonato do sistema tampão, mas deixa livre um excesso de H+, que tende a reduzir o pH. Ao contrário, quando o CO2  é eliminado em excesso, no oxigenador, o bicarbonato (NaHCO3) se dissocia. O sódio (Na+) livre forma sais diferentes do bicarbonato e o íon HCO3- reage com a água (H2O), formando ácido carbônico e íons hidroxila (OH-). Os íons hidroxila combinam-se aos íons hidrogênio (H+) para formar água. A produção de H2CO3 reduz o teor de H+ no sangue, com consequente elevação do pH”.

Sendo assim, a regulação respiratória do equilíbrio ácido-base é feita através da regulação do CO2 e alterações na ventilação podem produzir desequilíbrios e interferir com o metabolismo celular.



1.3 RINS


Os rins controlam o pH ajustando a quantidade de bicarbonato que é eliminada ou reabsorvida, sendo que a reabsorção de HCO3− é equivalente a excretar H+ livre  (LEWIS, 2021). A compensação renal costuma ser eficaz após dias ou horas após as alterações do estado ácido-base. Brito (2016) compara a compensação renal e pulmonar concluindo que: “a compensação renal [...] é mais completa, porque retorna o poder de tamponamento do sangue a níveis normais, refazendo o seu principal sistema tampão” e acrescenta que: “via de regra, os pulmões eliminam as substâncias voláteis (gases) e os rins eliminam as substâncias que os pulmões não tem capacidade de eliminar”.


Nos rins, todo o HCO3− no soro é filtrado à medida que atravessa o glomérulo, sendo seu caminho: 

“A reabsorção de HCO3− ocorre, principalmente, no túbulo proximal e, em menor grau, no túbulo coletor. O H2O dentro das células tubulares distais se dissocia em H+ e OH−; na presença da anidrase carbônica, o OH− se combina ao CO2 para formar HCO3−, que é transportado de volta para os capilares peritubulares, ao passo que o H+ é secretado no lúmen tubular e se une ao HCO3− filtrado livremente, para formar CO2 e H2O, que também são reabsorvidos. Assim, os íons de HCO3− reabsorvidos de modo distal são gerados de novo e não são os mesmos que foram filtrados”. As diminuições no volume circulante efetivo [...] aumentam a reabsorção de HCO3−, ao passo que elevações do PTH em resposta à carga ácida diminuem a reabsorção de HCO3−. Além disso, o aumento da PCO2 leva a maior reabsorção de HCO3−, enquanto a depleção do íon cloro (Cl−) [...] leva ao aumento da reabsorção do íon de sódio (Na+) e da geração de HCO3− no túbulo proximal. 

Ácido é excretado ativamente nos túbulos proximais e distais, onde se combina com tampões urinários — primariamente fosfato (HPO4−2) livre filtrado, creatinina, ácido úrico e amônia — para ser transportado para fora do corpo. O sistema tampão de amônia é especialmente importante em razão de outros tampões serem filtrados em concentrações fixas e poderem ser depletados por grandes cargas ácidas; por outro lado, as células tubulares regulam ativamente a produção de amônia em resposta a alterações na carga ácida. O pH arterial é o principal determinante da secreção ácida, mas a excreção também é influenciada pelos níveis de potássio (K+), Cl− e aldosterona (LEWIS, 2021).

Assim, pode-se concluir que os rins regulam o equilíbrio através de três mecanismos fundamentais: secreção de H+, reabsorção de HCO3 filtrado e pela produção de novo HCO3 através do sistema tampão de fosfato e o sistema tampão de amônia. O equilíbrio acido-base ocorre em proporção um para um: para cada bicarbonato reabsorvido, um H+ precisa ser secretado.



3 DISTÚRBIOS DE EQUILÍBRIO NO PH DO ORGANISMO


Nem sempre o organismo está com o pH equilibrado e é importante destacar que, quando há “excesso” de compensação, cria-se um novo distúrbio ácido-básico, oposto ao que o indivíduo tinha.



3.1 ACIDOSE

Quando o organismo se encontra mais ácido do que o equilíbrio desejado, esse quadro é chamado de acidose. Organismos com acidose podem apresentar náuseas, vômitos, fadiga, e podem respirar mais rápido e mais profundamente que o normal (LEWIS, 2020). 


Lewis (2020) define a acidose como sendo provocada “por um excesso de produção de ácido que se acumula no sangue ou por uma perda excessiva de bicarbonato no sangue (acidose metabólica) ou por um acúmulo de dióxido de carbono no sangue decorrente de função pulmonar insuficiente ou de interrupção da respiração (acidose respiratória)”. 


Tabela 2 - Acidoses

Fonte: ufrgs.br (2021)


3.1.1 Metabólica


A acidose metabólica ocorre quando a ingestão de uma substância ácida (ou que, ao ser metabolizada, vira um ácido) diminui o pH normal do corpo. Também pode ser causada por um metabolismo funcionando com anormalidades, como nas fases avançadas de choque (acidose lática), em diabetes mellitus tipo 1 mal controlado (cetoacidose diabética), quando os rins não estão funcionando normalmente (insuficiência renal) ou o corpo perde uma quantidade excessiva de base (como a diarreia, por exemplo), sendo que muitos outros medicamentos e venenos também podem causar acidose (LEWIS, 2020). 


O site de saúde MinhaVida (2021) cita alguns tipos de acidose metabólica com suas causas: 

“Cetoacidose diabética: [...] acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente diabético encontram-se muito altos. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia. Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas. Níveis elevados de corpos cetônicos podem envenenar o corpo.

Acidose láctica: quando as células do corpo não tem oxigênio suficiente para uso, é produzido o ácido lático. Este ácido pode acumular-se no sangue, causando a acidose láctica. Pode acontecer quando você está se exercitando intensamente. Gota, hipertensão, insuficiência cardíaca e infecção generalizada também pode causar esse acúmulo.

Acidose tubular renal: pessoas com doenças renais podem ter dificuldade para filtrar as toxinas naturalmente presentes no sangue, que deveriam ser eliminadas pela urina. Isso causa um acúmulo de toxinas no sangue, levando a acidose metabólica. Pessoas com alguns distúrbios do sistema imunológico e genéticos podem ter os rins danificados, ficando mais suscetíveis ao problema.

Acidose hiperclorêmica: diarreia grave, abuso de laxantes e problemas renais podem causar baixos níveis de bicarbonato, a substância que ajuda a neutralizar os ácidos no sangue. Esse desequilíbrio pode, portanto, causar acidose metabólica”. 

Para tratar a acidose metabólica, é preciso encontrar a causa do problema. Alguns tratamentos incluem: desintoxicação, insulina para cetoacidose diabética, reposição de fluídos por via intravenosa e bicarbonato de sódio por via intravenosa. Acidose metabólica não tratada pode causar diversas complicações, afetando os ossos, músculos e rins, sendo que em casos graves, pode causar choque, coma e até mesmo morte (MINHA VIDA, 2021). Em alguns casos (em pacientes sem deficiências hepáticas) pode-se utilizar o lactato de sódio, que é metabolizado pelo fígado em bicarbonato (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2007). 


3.1.2 Respiratória


A acidose é caracterizada pela diminuição do pH e aumento na pressão parcial de gás carbônico (principal ácido no sangue). Ocorre devido a uma hipoventilação pulmonar, levando ao acúmulo de CO2 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2007). Ela pode surgir quando os pulmões não expelem dióxido de carbono de forma adequada, por distúrbios do cérebro, dos nervos ou dos músculos do tórax (como a síndrome de Guillain-Barré ou a esclerose lateral amiotrófica), que dificultam a respiração, e também quando ocorre lentificação da respiração devido a sedação excessiva por opióides, álcool ou medicamentos fortes que induzem o sono (sedativos), deixando o nível de oxigênio do sangue baixo  (LEWIS, 2020). 


Os sintomas mais comuns são dor de cabeça e sonolência. A sonolência pode evoluir para estupor e coma, à medida que os níveis de oxigênio no sangue diminuem (LEWIS, 2020).


O tratamento pode ser feito com medicamentos que abrem as vias aéreas (broncodilatadores como o albuterol), sendo necessária a ventilação mecânica como auxílio em alguns casos. A sedação devido a medicamentos e outras substâncias pode, às vezes, ser revertida por antídotos (LEWIS, 2020).


3.2.2 Exemplos em animais


Como exemplos comuns de acidose em animais, pode-se citar a acidose lática em bovinos desencadeada pelo aumento na alimentação com grãos em animais adaptados à dieta (fazendo a taxa de produção de Ácidos Graxos Voláteis ser tão intensa que sobrepuja os sistemas-tampão e diminui o pH do lúmen), a cetoacidose diabética em felinos (taxa de glicemia no sangue não controlada) e produção excessiva de corpos cetônicos em bovinos (vacas leiteiras com grande produção de leite) e ovinos (no caso de gestação gemelar) (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2007). 



3.2 ALCALOSE


De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007): "a alcalose é um distúrbio caracterizado pelo elevado valor do pH plasmático. É causado pelo funcionamento excessivo dos pulmões, rins ou sistemas tampão, que levam a diminuição na quantidade de ácidos”. É o estado inverso da acidose, pois na alcalose: "os fluídos do corpo ficam muito alcalinos, ou seja, com pH superior a 7,45. Ocorre principalmente quando há excesso de bases (compostos alcalinos) no sangue" (MINHA VIDA, 2021).


O site de saúde Minha Vida (2021) apresenta que existem alguns tipos de alcaloses, de acordo com a causa do problema. São elas: metabólica, respiratória, hipoclorêmica, hipocalêmica e compensada. A hipoclorêmica é causada pela perda de cloretos e a hipocalêmica é a reação dos rins quando o corpo apresenta baixa de potássio e compensada quando os níveis de compostos ácidos e básicos estão altos ao mesmo tempo. As alcaloses metabólica e respiratória serão tratadas em tópicos a seguir. O texto ainda acrescenta que: “Além disso, a alcalose muitas vezes pode ser causada por algum problema nos rins, que elimina a mais ou a menos as substâncias ácidas e básicas” (MINHA VIDA, 2021).


De maneira geral, os sintomas da alcalose em humanos são: náuseas, sensação de torpor, espasmos musculares prolongados, tremor nas mãos e contração muscular. Nos casos mais graves pode-se apresentar ainda: tonturas, dificuldade para respirar, confusão e estupor. Cada tipo de alcalose apresenta sintomas específicos. A alcalose é difícil de ser diagnosticada apenas por sintomas, em geral pode ser percebida por exames como: gasometria arterial, dosagem de eletrólitos séricos, pH da urina e exame de urina tipo I (MINHA VIDA, 2021).


3.2.1 Metabólica


Geralmente, a alcalose metabólica acontece pela perda do íon H+ no sangue ou pelo acúmulo de bicarbonato de sódio, o que torna o organismo mais básico, sendo as causas mais comuns: vômitos excessivos, consumo excessivo de remédios ou alimentos alcalinos, uso de remédios diuréticos, falta de potássio e magnésio, efeito colateral de certos antibióticos e doenças renais (AIRES, 2021).


Estela Soares do site Minuto Enfermagem (2021) destaca que: 

“As manifestações clínicas deste tipo de alcalose são irritabilidade, clonismo e concentrações musculares, podendo também não causar nenhum sintoma. Caso a alcalose metabólica seja grave, podem ser verificadas contrações prolongadas e espasmos musculares (tetania).

O diagnóstico é feito por meio do quadro laboratorial. Este revelará pH elevado (superior a 7,45), a concentração de CO2 estará normal, não havendo interferência respiratória na produção do distúrbio, o bicarbonato real encontra-se elevado (acima de 28mM/L) e um excesso de base (superior a +2mEq/L)”.

Figura 3 - Alcalose metabólica

Fonte: Minuto Enfermagem (2021)


O tratamento consiste na remoção da causa, quando possível, e na reposição de sódio e potássio enquanto se trata a causa base. Em casos graves faz-se o fornecimento de ácido diluído sob forma de cloreto de amônia por via endovenosa (SOARES, 2021).


3.2.2 Respiratória


A alcalose respiratória, também chamada de hipocapneia, é caracterizada pelo aumento do pH e diminuição da pressão parcial de gás carbônico (também conhecida como pCO2) e ocorre devido a uma hiperventilação pulmonar (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2007). 

Entre as causas da alcalose respiratória estão: a hiperventilação pulmonar em casos de compensação respiratória, assim como a ventilação artificial exagerada. Também contribuem como causas algumas falhas cardíacas, doenças hepáticas, distúrbios psicogênicos ou neurológicos (com estímulo do centro respiratório), anemias severas, septicemia, intoxicações, superaquecimento em recuperação após acidose metabólica e hiperadrenocorticismo. Até a diminuição da pressão atmosférica em locais de grandes altitudes pode ser uma das causas de alcalose respiratória. Ansiedade, dor intensa ou estresse são as mais importantes causas de alcalose respiratória em medicina de pequenos animais (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2021).  


O site de medicina Saúde em Movimento (2021) apresenta como manifestações clínicas da alcalose respiratória: “hiperventilação, [...] e casos graves, pode ser observado tetania com sinais de Chvostek e de Trousseau, parestesia circumoral, acroparestesia, cãibra nos pés e mãos resultante de baixas concentrações de Cálcio ionizado no soro.” Na alcalose respiratória aguda, indivíduos com predisposição a ataques epiléticos podem entrar em crise por causa de uma hiperventilação (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2007). 


De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2021), o organismo reage da seguinte forma: 

“A resposta compensatória inicial é realizada através do tamponamento pelo sistema bicarbonato, ocorrendo deslocamento de HCO3- para formação de CO2. O efeito compensatório posterior é feito pelo rim, que diminui a excreção de H+ e a reabsorção de HCO3-. A diminuição na concentração plasmática do bicarbonato é equilibrada pelo aumento na retenção de Cl- para manter a eletroneutralidade, levando a uma hipercloremia de compensação”.

Szajewski (2002) cita como tratamento para o problema, quando induzido por ansiedade, respirar o ar expirado em um saco de papel (não plástico) com dióxido de carbono (destacando que é algo perigoso para pacientes com distúrbios do sistema nervoso central). No caso de pacientes com hipóxia, eles precisam de ar inspirado enriquecido com O2. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2021) ainda destaca que o tratamento deve consistir na correção da causa primária. Em casos de calor excessivo, deve-se reduzir a temperatura corporal e em casos de lesão do sistema nervoso central, realizar oxigenoterapia. Nas situações de ansiedade, sugere tranquilizantes e analgésicos.Em casos de hiperventilação, para que ocorra diminuição da frequência respiratória, sugere-se colocar o paciente em ambiente fechado rico em CO2 com pouca renovação de ar (aumentando dos níveis desse gás na corrente sanguínea).


3.2.3 Exemplos em animais


Em bovinos, a principal causa de alcalose metabólica é o sequestro gastrointestinal de cloretos em casos de obstrução funcional ou mecânica de abomaso e intestino delgado (NORONHA FILHO, 2013). Já em cães, "distúrbios ácido-base mistos, principalmente a acidose metabólica normoclorêmica associada a alcalose respiratória, são comuns em animais com cetose ou cetoacidose diabética" (SILVA, 2006). “São comuns no caso de superaquecimento em cães, gatos e outros animais que utilizam a ventilação como forma de perder calor, [...] assim como anidrose em equinos” (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2021).  A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007) cita a torção do estômago como causa para alcalose em alguns animais: 

“A torção gástrica afeta de maneira particular os cães de raças de grande porte e que possuem 'peito profundo'. Cães de pequeno porte também podem sofrer torções gástricas, apesar de ser extremamente raro. Algumas raças são Doberman Pinscher, Dogue Alemão, Setter, Pastor Alemão, São Bernardo, Serras da Estrela, Fila Brasileiro, entre outras. A causa primária é desconhecida, mas inúmeros estudos estão sendo realizados com o objetivo de definir sua genealogia. [...]

     Em determinadas circunstâncias, o estômago dos cães dilata-se [...] e com um movimento brusco torce-se segundo seu eixo longitudinal. O piloro passa por baixo do estômago e fica numa posição por cima da cárdia, do lado esquerdo do cão. No eixo torcido ficam alguns vasos sangüíneos importantes que interrompem o bombeamento do sangue para uma parte considerável do abdômen. Na realidade, o animal entra em estado de choque na medida que o conteúdo estomacal não consegue sair. [...] Em bovinos, a ocorrência do deslocamento de abomaso para esquerda ou direita. [...]

     Em situações normais, o ácido se deslocaria para a porção inicial do intestino, que apresenta pH alcalino por possuir bicarbonatos e fosfatos, junto com o bolo alimentar, neutralizando o excesso de bases presentes nesta porção intestinal. Com esta torção, o ácido do estômago fica retido, levando a uma alcalose metabólica”.

É importante destacar que além dos quatro distúrbios primários (alcalose metabólica e respiratória, acidose metabólica e respiratória), podem ocorrer desordens mistas nas quais duas anormalidades primárias coexistem. Como em alguns casos, os valores de pH, pCO2 e HCO3- estão normais, indicando que um distúrbio “anulou” o outro. A única indicação de anormalidade ácido-básica seriam os níveis plasmáticos aumentados de sulfatos e fosfatos.. Outros casos acontecem quando as anormalidades são da mesma natureza (como acidose respiratória e metabólica) (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2007).






REFERÊNCIAS


AIRES, Elaine. O que é alcalose metabólica e o que pode causar. 2021. Disponível em: https://www.tuasaude.com/alcalose-metabolica/. Acesso em: 18 mar. 2021.


BRITO, Josué da Silva. Livro de Ouro da Medicina. São José dos Campos: Primus Gradus, 2016. (Parte II).


FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Solução-tampão no sangue humano. 2021. Disponível em: https://www.preparaenem.com/quimica/solucaotampao-no-sangue-humano.htm. Acesso em: 14 mar. 2021.


JP, Leo. Qual a influência da ventilação pulmonar na manutenção do pH fisiológico? 2019. Disponível em: https://www.inovacoesmagnamed.com.br/post/2019/10/28/qual-a-influencia-da-ventilacao-pulmonar-na-manutencao-do-ph-fisiologico#:~:text=Um%20deles%20%C3%A9%20a%20ventila%C3%A7%C3%A3o,o%20n%C3%ADvel%20de%20alcalinidade%20desej%C3%A1vel.. Acesso em: 18 mar. 2021.


LEWIS, James L.. Acidose. 2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/equil%C3%ADbrio-%C3%A1cido-base/acidose. Acesso em: 18 mar. 2021.


LEWIS, James L.. Considerações gerais sobre o equilíbrio ácido-base. 2021. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/equil%C3%ADbrio-%C3%A1cido-base/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-equil%C3%ADbrio-%C3%A1cido-base. Acesso em: 14 mar. 2021.


MINHA VIDA. Acidose metabólica: sintomas, tratamentos e causas. 2021. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/acidose-metabolica. Acesso em: 18 mar. 2021.


MINHA VIDA. Alcalose: sintomas, tratamentos e causas. 2021. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/alcalose. Acesso em: 20 mar. 2021.


 NORONHA FILHO, Antônio Dionísio Feitosa. Desequilíbrio ácido-base em bovinos: aspectos etiológicos, diagnósticos e de tratamento. 2013. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/67/o/2013_Antonio_Dionisio_Seminario2corrig.pdf. Acesso em: 20 mar. 2021.


SAÚDE EM MOVIMENTO. Alcalose Respiratória. 2021. Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=488. Acesso em: 20 mar. 2021.


SILVA, Ricardo Duarte. Avaliação dos distúrbios ácido-base e eletrolíticos de cães com cetose e cetoacidose diabética. 2006. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-20042007-122320/. Acesso em: 20 mar. 2021.


SOARES, Estela. Alcalose Metabólica. 2021. Disponível em: http://www.minutoenfermagem.com.br/postagens/2016/03/14/alcalose-metabolica/. Acesso em: 20 mar. 2021.


SOARES, Guilherme. Equilíbrio ácido-básico. 2021. Disponível em: http://fisiovet.uff.br/wp-content/uploads/sites/397/delightful-downloads/2018/07/AcBas-1.pdf. Acesso em: 14 mar. 2021.


SZAJEWSKI, Janusz. Alcalose Respiratória. 2002. Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=488. Acesso em: 20 mar. 2021.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Controle do pH em mamíferos. 2007. Disponível em: https://www.ufrgs.br/leo/site_ph/compensacao.htm. Acesso em: 18 mar. 2021.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Alcaloses. 2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2013/10/alcaloses.pdf. Acesso em: 20 mar. 2021.




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