23 de dez. de 2009

Bem-te-vi

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Tyrannidae
Género: Pitangus
Espécie: Pitangus sulphuratus

Origem: América Latina



Ave bela que possui grande capacidade de adaptação é uma das mais conhecidas no Brasil. Pode ser encontrada no meio das cidades, em lagoas, rios parques, praias e até mesmo esgotos!

Em algumas regiões apresenta-se migratória.

Sua distribuição geográfica é imensa, aderindo aos países: Argentina, Belize, Bermudas, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, El Salvador, Geórgia do Sul, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, Ilhas Malvinas, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.

Selo em homenagem ao Bem-te-vi no Brasil
Foto: http://www.saudeanimal.com.br

Assim como o pardal, o Bem-te-vi foi introduzido em outras regiões do mundo, como por exemplo, foi levado de Bermudas para a ilha de Trinidad em 1957, onde estabeleceu-se como a terceira espécie de ave mais comum do local.

É muito barulhento e agressivo, chegando a atacar aves muito maiores (como gaviões e corujas) que invadem se território.

Mede aproximadamente 24cm e pesa 60 gramas.

Em relação a companhia, é uma ave que varia muito, pois pode ser vista sozinha ou em pequenos bandos de três a quatro exemplares.

Depois do canto, sua coloração é a marca forte da espécie.

É uma ave da família dos tiranídeos (aves cujo sua maioria, porem não todos, possuem penachos eréteis).

Sim! É raro de ver, mas o Bem-te-vi possui penacho!

Penacho erguido
Foto: http://www.wikiaves.com.br

Existem algumas espécies de tiranídeos com o padrão de cor igual ao do Bem-te-vi. São elas: Neinei (Megarynchus pitangua), Bentevizinho-do-brejo (Philohydor lictor), Bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis) e o bentevizinho-de-asa-ferruginea (Myiozetetes cayanensis).

Onde moro, ele é confundido com as aves: Suiriri (Tyrannus melancholicus), Bemtevizinho-da-asa-ferruginea (Myiozetetes cayanensis) e, apesar da diferença absurda de tamanho, com a Cambacica (Coereba flaveola).

Na direita um Bem-te-ví (Pitangus sulphuratus) e na esquerda um Bentevizinho-de-asa-ferrugínea (Myiozetetes cayanensis).

Possui 10 subespécies:
Pitangus sulphuratus argentinus
Pitangus sulphuratus bolivianus
Pitangus sulphuratus caucensis
Pitangus sulphuratus derbianus
Pitangus sulphuratus guatimalensis
Pitangus sulphuratus maximiliani
Pitangus sulphuratus rufipennis
Pitangus sulphuratus sulphuratus
Pitangus sulphuratus texanus
Pitangus sulphuratus trinitatis

O nome “Bem-te-vi” da-se pelo som pronunciado no seu canto mais característico (clique aqui para ouvir o som).

Por ser uma ave de grande distribuição, seu nome também varia muito a cada região. No Brasil é conhecido como Bem-te-vi, Triste-vida, Bem-te-vi-verdadeiro, Tiuí, Teuí, Tic-tiui, Bem-te-vi-de-coroa e Pitanga guassu. E pelos índios brasileiros como: pituã, pitaguá ou puintaguá.

Em Portugal é conhecido como Grande-kiskadi.

Por curiosidade, alguns nomes da ave Bem-te-vi pelo mundo:
Alemão: Schwefeltyrann ou Schwefelmaskentyrann
Checo: tyran bentevi
Dinamarquês: Kiskadie
Espanhol: Bienteveo Común / Cristofué
Finlandês: naamioväijy
Flamengo: Grote Kiskadie
Francês: Tyran quiquivi
Italiano: Pitango solforato
Japonês: (kibaraootairanchou)
Polaco: bentewi wielki
Sueco: Större kiskadi

Há uma curiosidade no nome científico desta espécie: Pitangus vem do nome indígena de pitanga guassu (pitanga grande) e sulphuratus vem do latim em homenagem a cor amarelo-ensofre presente na ave.

Curiosamente, assim como um sotaque, o canto do Bem-te-vi pode variar de acordo com a região em que se encontra (mais um motivo para tantos nomes diferentes).

Alimenta-se de quase tudo. É um animal que não tem o que reclamar em relação a encontrar alimento!

Alimentando-se

Diariamente ingere uma grande quantidade de insetos, habilidade da qual pode capturar em pleno vôo (tanto do predador quanto da presa).

Pode ser atraído com frutas. Adora banana (principalmente), mamão, laranja, maçã e muitas outras. Também pode ser atraído com miolos de pão, restos de comida humana (arroz cozido em especial) e ração de cachorro!

Adora pequenos animais como lagartixas, minhocas, sobras, lagartos, crustáceos e até mesmo peixes e girinos.

Ataca ninho de aves menores como a cambacica e beija-flores.

Ajuda a controlar pragas (por alimentar-se de insetos) e é um grande vilão na apicultura (por alimentar-se de abelhas).

Por consumir frutas, ajuda na dispersão de suas sementes.

É freqüentemente visto junto a bois e cavalos, pois alimenta-se também de carrapatos.

São monogâmicos e não há dimorfismo sexual na espécie.

Casal de Bem-te-vi

Gostam de fazer o ninho em galhos de árvores altos e geralmente na bifurcação dos mesmos.

O ninho é esférico e grande (em média 25cm), apresentando uma entrada na lateral (também já foram encontrados ninhos abertos). Feito com capim, galhos, papel, plástico, fios e tudo o que acharem “útil”.

Coloca de dois a quatro ovos alongados, geralmente de cor branca a creme, com ou sem manchas marrom avermelhadas que são incubados pelo casal.

Vista interna de um ninho com ovos
Foto: http://www.wikiaves.com.br

Torna-se muito mais agressivo na época de nidificação, defendendo a todo o custo o local do ninho.

É uma das primeiras aves a cantar no amanhecer.



1 de dez. de 2009

Quatro bons filmes

Desta vez vou usar o blog como blog e não como um mero fator científico de desabafo.

Bom, aqui vai uma lista de quatro filmes que indico e que realmente fizeram alguma diferença em minha vida na frente de uma tela.

Falarei um pouco de cada um deles e porque merecem serem lembrados. Se fiz esta postagem é por que realmente alguma coisa de especial eles possuem. =D

Vou começar pelo primeiro que assisti:

Fantasia


Dono da famosa cena do Mickey vestido de mago estampada nos selos de autencidade da Disney, este desenho animado foi produzido em 1940 e mata a pau qualquer "obra prima animada em computador" ou qualquer outra produçãozinha em 3D. Seja o que for, de maneira alguma parece ser feito em 1940!

Desenho perfeito para quem não está afim de pensar, apenas ouvir uma boa música acompanhada de belas imagens! Não há o que descrever. O assisti ainda na minha infância e recordo dele até hoje em cada detalhe.

Causou extrema polêmica ao ter uma cena de racismo excluída de uma seqüência, mas isto não vem ao caso. Nada desmonta a beleza da obra.

Não é um longa qualquer, não há diálogos e sim um conjunto de clipes com músicas clássicas de grande fama.

A Orquestra da Philadelphia regida por Leopold Stokowski deu um verdadeiro show invisível apenas "dando vida" a flores fazendo grandes balés complexos, faunos tocando flauta, peixes em meio a evolução, avestruzes com sapatilhas e todo o tipo de outras coisas que pareceriam sem nexo algum escrevendo, mas com muito sentido assistidas.

As músicas apresentadas nesta obra prima são:
- Toccata and Fugue in D Minor (Tocata e Fuga em Ré Menor) - Johann Sebastian Bach
- Nutcracker Suite (Quebra-Nozes) - Tchaikovsky
- The Sorcerer's Apprentice (O Aprendiz de Feiticeiro) - Paul Dukas
- The Rite of Spring (Sagração da Primavera) - Igor Stravinsky
- The Pastoral Symphony (Sinfonia Pastoral) - Beethoven
- Dance of the Hours (Dança das Horas) - Amilcare Ponchielli
- A Night on Bald Mountain (Uma Noite no Monte Calvo) - Modest Mussorgsky
- Ave Maria - Franz Schubert
julianasphynx.blogspot.com
Fantasia teve uma sequência chamada Fantasia 2000. Nesta, utilizou-se computação gráfica e todo um grande blá blá blá para terminar em algo "sem sal". Não dá para superar e nem tentar fazer seqüência deste super e criativo clássico.

_________________

Microcosmos: Le peuple de l'herbe


Outra "velharia" agora mais recente é o filme francês Microcosmos: Le peuple de l'herbe.

Lembro como se fosse ontem o dia em que assisti a este belo documentário no cinema. Fui com meu irmão e chegamos quase em cima da hora. Para mim que sou apaixonada por pequenos seres foi completamente indescritível a tela de um cinema apresentando tantas imagens em macro.

Lançado em 1996 e traduzido para o Brasil como "Microcosmos: o povo da erva". O documentário produzido pelo casal de biólogos Claude Nuridsany e Marie Pérennou é inteiramente fora do comum no quesito "informações". Há uma frase inicial e mais nada. É tão bem montado que acaba sendo autoexplicativo.

Mesmo que tenha nojo, fobia ou qualquer coisa semelhante a pequenos animais vale a pena assistir. Somente assistindo para entender a beleza do mesmo.

_________________

Sen to Chihiro no Kamikakushi


Sou obrigada a citar um longa oriental, por mais que não simpatize com animes, mangás, otakus e por ai vai... Este longa me abriu um pouco a mente.

Traduzido para o Brasil como "A viagem de Chihiro", esta animação de 2001 trouxe para mim tudo que não via em desenhos japoneses: cultura sem porrada e animação realmente bem feita.

A história é simples e inocente, mas traz todo um imenso fundo cultural e de extremo detalhismo. De festas a costumes, tudo é mostrado sem exageros e sem "jogar pela goela abaixo". Você simplesmente se delicia com a visão nipônica do mundo sem nem precisar compreende-la com antecedência: a animação faz com que você entenda como um deles ou te apresenta um mundo novo.

A cultura jorra de maneira harmoniosa e encanta qualquer pessoa. O que vi ali foi um mundo novo, sem qualquer motivo para ser o mais forte guerreiro não sei o que, sem congelar imagens para poupar dinheiro e muito menos com falta de cenários. Na verdade, os cenários e as diferenças culturais estão entre o s fatores que mais chamaram atenção.

_________________

El laberinto del fauno


Um filme de suspense muito recente, mas feito como antigamente: faz enorme sentido quando chega perto do fim.

Assisti no cinema quando foi lançado aqui no Brasil em 2006. Não tirei os olhos da imensa tela ao perceber o contraste ali de mãos dadas: a violência de uma guerra e a inocência de uma criança.

Traduzido para o Brasil como "O Labirinto do Fauno", o filme traz a realidade da guerra civil espanhola e a fantasia da sonhadora menina Ofélia, do qual é a única a ver um fauno de verdade.

Cenas de forte violência e tortura intercaladas com cenas de fantasia infantil e fadas coloridas... O filme passa de um extremo ao outro, não sendo muito recomendado a "frescurites agudas".

Além de outras criaturas estranhas, o fauno representado aqui não se parece com os faunos representados comumente (como aparece também no desenho Fantasia), trata-se de um misto de bode (fauno normal) com árvore, sem muita semelhança humana (o que eleva a fantasia proposta).

Dirigido pelo mesmo diretor de El Espinazo del Diablo, com certeza esta é a melhor obra vida de Guilhermo del Toro.

Se eu falar demais vou acabar estragando. O negócio é assistir também.

Ficam ai quatro sugestões. Não preciso dizer que nenhum deles deve ser visto dublado não é?

Agora penso aqui sozinha... Criaturas bizarras habitam todos os filmes que eu gosto? O.o 

Os comentários foram desativados:

tenho de 70 a 100 visitantes por dia e quase nenhum comentário nas postagens, apenas no meu e-mail. 

Acabei achando a sessão inútil de manter. Contato: JulianaOdeiaCafe@gmail.com