28 de fev. de 2022

Phimosus infuscatus - Pintura digital

     Lááááá vem o segundo do ano!


    Tentei modificar o desenho do Plegadis chihi mas acabei reparando que suas proporções são bem diferentes, então vale a pena fazer um novo do zero! Ainda vou fechar as fichas da postagem do ninhal!


    Já começo com uma porcaria graciosa...


    Tenho usado bastante essa ferramenta em forma de dedo para espalhar as cores especialmente em partes lisas como o bico.


    Melhorando...


    Achei o olho bem meigo e mesmo assim não ficou artificial no todo.


    Passando Smudge Tool para misturar melhor os "encaixes" já que faço tudo em camadas separadas.


    Por ser uma ave meio monocromática agora vai rápido. Eu digo "meio" porque esse amiguinho contra a luz do sol é assim:

https://www.wikiaves.com.br/567069&tm=f&t=s&s=10176&o=mp&o=mp

    Até as penas que tenho dessa ave aqui enganam um pouco: parecem pretas quando caídas ao chão, mas ao manusear pode-se ver um reflexo verde azulado metálico muito lindo! Fica ai um animal muito lindo que poucos tem a oportunidade de ver na "luz correta".


    Eu disse que ia surgir tudo bem depressa...


    Pés: a parte que menos gosto de fazer.


Pintura e manicure.


Sinceramente... Eu achei fofinho! ^^



27 de fev. de 2022

Desmérito

    Essa é uma coisa que MUITO me incomoda. Por que acreditar no mágico, nos "escolhidos" e na preguiça mental de não aceitar que VOCÊ TAMBÉM PODE e que eu consigo PORQUE EU APRENDI E PRATIQUEI.

    Realmente tem pessoas com mais afinidade para determinadas coisas, mas elas não chegam no mundo sabendo fazer essas coisas. Um exemplo bem besta é esse mais recente desenho:

    Teve tanta gente incomodando falando em DOM e/ou AUTISMO que me irritou! Eu perco o mérito. Existem coisas chamdas: prática e estudo

    Esse era o desenho original e na época eu achei que estava ótimo:


    E essa é a minha primeira pintura digital tentandoalgum resultado sério:


    Se você desistir no boneco-palito nunca vai passar disso e obviamente minhas aves no começo se comparavam à bonecos-palito(logamente teve desenhos anteriores e eu não os tenho mais para colocar aqui, então o argumento que comecei bem não é válido). Com o tempo comecei a praticar mais a pintura digital, desenvolvi mais habilidades e decidi "atualizar" o desenho acima para uma versão mais técnica e que eu gostasse mais. Isso não é uma bobagem de um dom e sim aprendizado. Você também evolui e o que o torna cada vez mais perfeito se chama EMPENHO e não um super poder. 

    As vezes as pessoas tiram meu mérito pelo aprendizado também me rotulando por ser autista. Tenho certeza que vocês não sabem o que é autismo, pois existem diversos graus (por isso é um espectro e que sou a favor de separar tudo, dar nomes diferentes e assim ter laudos mais exatos para cada situação) e isso inclui pessoas que nem aprendem a falar ou se alimentar sozinhas. Se eu sei alguma coisa é porque esse individuo que sou eu aprendeu isso e não porque uma caracteristica genetica minha trouxe para meu cerebro a informaçao.

    Uma coisa que observo muito quando fala-se de computadores, simplesmente coisas bestas mesmo como usar um programa novo é a pessoa já vem logo na defensiva: "nossa! Mas eu não sei nada disso!". E você buscou ir atrás? Tentou ler a respeito? Já se deu o trabalho de aprender? "Mas você pega e aprende". Você também! Pegue algo, revire, entenda e descubra! Não é sobrenatural e nem mágico que se aprende nesse procedimento. Isso se chama interesse! Quanto maior seu interesse em um assubto mais você absorve sobre ele. Com certeza você tem algum interesse e pensando um pouquinho vai ver que sabe bastante a respeito e é mais fácil de lembrar sobre ele que outras coisas menos agradáveis para você.

    As vezes percebo que a preguiça dos outros em aprender faz com que eles tenham certo prazer em "jogar a culpa" de eu saber alguma coisa em mim, como se eu tivesse algum privilégio anormal de alguma forma e não simplesmente elas tenham desinteresse de ir atrás também ou mesmo reconheçam esforço alheio nas coisas. É mais fácil dizer que o outro é um iluminado do que correr atrás, né?

    Reconheça meu esforço! Eu estudo, treino e aprendo porque vou atrás disso E VOCÊ PODE FAZER O MESMO. Chega de falar em DOM ou qualquer outra anormalidade, pois não vem do céu e nem do inferno: vem do meu ESFORÇO.

    Cansei, estourei e vou começar a cortar da minha vida as pessoas que acreditam no absurdo. Eu só não vou continuar escrevendo porque a internet hoje está uma bela porcaria, mas acho que consegui passar o que queria.

24 de fev. de 2022

The Island of Doctor Moreau

    Romance de ficção científica de H.G.Wells publicado em 1896. A história fala de 
"[...] um médico que cria criaturas monstruosas em uma ilha tropical. Moreau é um cientista obcecado pela ideia de transformar animais em homens através de cirurgias e hipnose. A chamada vivissecção é o crime de que Moreau é acusado ao fazer suas experiências dolorosas em animais. Isto o leva a se refugiar na ilha onde desenvolve suas ideias" (Wikipédia, 2021).


    A narrativa é feita pelo sobrevivente de um naufrágio, Edward Prendick, e começa nos dando um bom ensinamento: nunca mande um capitão calar a boca no navio dele! Deixado na ilha do médico maluco, Prendick presenciará todas as criaturas mais bizarras e experimentos dolorosos feitos nas mesmas por alguns meses enquanto aguarda resgate.

    Essa história possui muitas adaptações em quadrinhos, dois filmes bastante famosos, um personagem bem caricata no desenho South Park, David Moreau nos X-Men e mais um punhado de referencias por ai. Em breve terá uma série filmada que já encontra-se em desenvolvimento. Obras como Animal Farm (George Orwell, 1945) e Jurassic Park (Michael Crichton, 1990) claramente beberam dessa fonte ao serem idealizadas.

Dr. Alphonse Mephesto (South Park)
southpark.fandom.com

    Eu acredito que em todas as adaptações  foram inseridos personagens femininos. Não parece necessário, já que a história tem bem poucos personagens humanos. O que me chamou a atenção foi que na primeira adaptação para filme usaram uma pantera negra transformada em mulher para seduzir Prendick e na segunda foi uma mulher que ia virando pantera negra. Nenhuma das duas existe no livro e obviamente o segundo inspirou-se no primeiro.

Pantera-mulher e Mulher-pantera
monstersfilmandlit.wordpress.com e aveleyman.com

    Oculto na narrativa temos diversos significados, logo vou os abordar. Uma coisa que me chamou a atenção ainda falando sobre a segunda adaptação para filme é que, ao contrário da história original e da primeira adaptação, ali são pessoas que vão se transformando em animais. Esse fato muda completamente o sentido da história e destoa completamente da proposta original. Uma outra observação boba é que no livro Moreau toca um berrante que deixa os animais atordoados e tremendo e no segundo filme o controle é feito através de choque que causa o mesmo efeito.

    Aqui temos um total desuso de anestésicos ao "transformar" as criaturas. A falta de empatia muitas vezes é perturbadora, e a justificativa disso é só pelo fato de serem animais e não humanos. O método utilizado para mudar a forma dos mesmos não faz nenhum sentido, mas vamos abstrair isso para entrar melhor na história.

    Uma coisa bem negativa que chama atenção é o fato do personagem principal não perceber que esses "humanos" são na verdade aberrações animais. Como uma pessoa passa pela Priscila da Tv Colosso e acredita que é uma mulher peluda? As pessoas em 1896 eram tão estranhas assim? O bizarro é que no decorrer do livro ele passa até a descrever corretamente qual animal foi mesclado a qual para formar as criaturas que ele está vendo. É como o Clark não se parecer com o super homem só por estar usando óculos. Prendick é realmente um lerdo, pois ele demora para perceber que são animais deformados e também demora para ter medo de Moreau.

Uma mulher peluda (inclusive tem um personagem assim, mas é cinza)
acervo.oglobo.globo.com

    Entre as muitas interpretações para o livro posso citar as mais claras: colonialismo, testes em animais, alcoolismo, política e catequização.

    A metáfora com o colonialismo está bem fluente se considerarmos os selvagens (animais modificados) ditos pelo médico como os habitantes nativos de uma região e toda a imposição do "mestre" como roupas, leis, fala e comportamentos como a dominação de uma comunidade. Muitas vezes os animais assemelham-se a índios sendo catequizados: repetem uma lei como uma reza, possuem medo de um ser considerado superior e inquestionável e nada disso tinham antes de ser imposto à eles. A morte de Moreu causaria o caos se não fosse Prendick apontar para o céu e dizer que o médico ainda está ali, apenas mudou de forma e ainda estaria observando os animais para saber se eles estariam cumprindo a lei e aplicando penas. Aqui claramente temos a criação da figura de um deus onipresente para controlar e impor medo em uma determinada comunidade. Há a criação de uma religião para os animais ficarem sob controle através do medo invisível. 

    O fato de ser muito falado sobre vivissecção, haver diversos experimentos em animais e nada ser citado sobre anestésico ou tratamento melhor para essas criaturas também leva a um paralelo sobre os testes em animais e quais direitos esses seres possuem e seu sofrimento.

    Temos um personagem alcoólatra (Montgomery) que pode claramente fazer uma alusão ao alcoolismo se juntarmos esse fato com a afirmação de que provar sangue deixa os animais loucos (como um alcoólatra provando novamente o álcool). À medida que os animais vão ficando menos civilizados, Montgomery afunda cada vez mais no seu vício e leva algumas das criaturas consigo. É mais um pequeno detalhe escondido no meio da narrativa.

    Um ponto que fica sempre bastante óbvio na narrativa é que a criação de leis com punições para quem não as cumpre estabelece a organização de uma sociedade de maneira política. Dado como exemplo que os animais descumpridores da lei afastam-se do grupo para viverem sozinhos ou são punidos com a morte caso matem seus semelhantes. Afirma-se diversas vezes que os homens sem leis viram animais e que eles são homens e não animais. Que a humanidade regride sem leis e só o bom senso não mantém uma comunidade. Um exemplo prático disso eu vejo no prédio em que eu moro (não há leis e nem síndico) e agora mesmo (19/12) está acontecendo uma mudança de madrugada! 

    Depois de tantas lavagens cerebrais, ameaças e torturas... os animais estão mais humanizados que Moreau e são bem menos monstros que seu criador, mas vão voltando ao estado selvagem à medida que a lei deixa de ser reforçada.

23 de fev. de 2022

Para J




 

21 de fev. de 2022

DeviantArt

     Já conhecia esse site faz muitos anos e peguei muitos pincéis para Photoshop ali.


    Fui ativar minha conta e fazer a primeira postagem, mas logo na home vi que tem tanta coisa linda ali que não tive coragem ainda de preencher a conta e postar alguma coisa. 


    Me senti muito abaixo do nível:


    Não comecei ainda por vergonha.

20 de fev. de 2022

Instagram: eu volto?

     Vou ser bem sincera que acho meu Instagram um lugar bem lindo! Estava o olhando agora e deu até uma quase vontade de voltar para ele.


    Eu o larguei por estar num momento muito ruim, pouco tempo de atualizar e uma pessoa que eu jamais queria encontrar novamente na vida ter me achado lá e passado a me seguir. Só o que me faltava! Mas pensando melhor... Vai achar de qualquer forma, pois não estou escondida! A coisa que mais incomoda mesmo é viver para se esconder e eu não estou disposta a ser assim.

    O problema de voltar para o Instagram seria ter o tempo para atualizar sempre, postar em três idiomas e fazer a coisa bem certinha como sempre foi. Voltar para deixar o negócio meio porco não compensa.

    Agora me pergunto se realmente consigo voltar ao ritmo e qualidade das postagens ou se deveria ficar só aqui no meu cantinho do blog. Poderia também fazer umas postagens beeeem esporádicas, porém direitinhas.

    Só sei que se fosse possível programar as postagens sem esses programas pagos eu já teria voltado e dado novamente meu melhor por lá.

Os três R

    Os 3Rs surgiram por questões sem consenso sobre bem-estar animal, pela visão de Russell e Burch sobre um melhor tratamento para cobaias e pela alternativa dos resultados de pesquisas serem compartilhados por meio da cooperação entre pesquisadores. O princípio dos 3Rs estabelece “redução, substituição (replacement em inglês) e refinamento”. Os Três Rs forneceram um conjunto claro de orientações para melhorar o bem-estar dos animais usados ​​em pesquisas e ajudam a melhorar os resultados científicos. Eles elevaram o perfil do bem-estar animal entre os pesquisadores e estimularam a pesquisa sobre alternativas, metodologias mais humanas e melhores condições de habitação e criação. Os Três Rs fornecem uma estrutura ética para a pesquisa que também oferece alguma garantia ao público.

https://slideplayer.com.br/amp/1251463/

    Através do primeiro R, que quer dizer Redução  podemos tentar reduzir o número de animais por procedimento experimental em um estudo, assim diminuindo seu uso e poupando algumas vidas de estresse ou mesmo morte. Essa regra fomenta a criação de bancos de dados com resultados positivos e negativos das experiências para serem compartilhadas e defende que a qualidade genética, sanitária e ambiental dos animais possibilita uma menor dispersão dos resultados, e assim, a diminuição do número de animais utilizados

http://www.scielo.br/j/rbcf/a/DGHYZ8YZhqs3TS7SP4Dm8Fv/?lang=pt

    O segundo R, que quer dizer Substituição (não funciona essa abreviação em português, já que a palavra original é Replacement - eu trocaria no português por Reposição), propõe substituir o uso de animais sempre que possível, o que, assim como parte do primeiro, poupa algumas vidas de estresse ou mesmo da morte. Aqui existe a sugestão de substituir animais vertebrados vivos por invertebrados, embriões de vertebrados ou microorganismos, trabalhar com órgãos e tecidos isolados de animais, técnicas in vitro utilizando cultura de tecidos e células e a simulação de processos fisiológicos utilizando computadores.
 
https://www.peritoanimal.com.br/testes-em-animais-o-que-sao-tipos-e-alternativas-23404.html

    O último R refere-se a Refinamento, que apoia o aprimoramento de métodos já descritos para minimizar o desconforto animal. Este conceito abrange a obtenção de treinamento e técnicas adequadas antes de executar qualquer experimento, além de conhecimento de todas as medidas de biossegurança, bioquímica e técnicas de manuseio.

https://profissaobiotec.com.br/bioinformatica-aplicada-para-dimunicao-testes-animais/

    A regra dos Três Rs acaba por avaliar e melhorar algumas opções no momento da experimentação animal, não a abolindo. A regra pode ser preenchida com mais duas letras R, que seriam “respeito” e “relevância”, abraçando ainda mais a relação saudável do desenvolvimento científico com os animais.

    A implementação dos Três Rs ainda varia em todo o mundo. Sessenta anos se passaram desde sua publicação, mas a jornada não terminou. Educação contínua, investimento e atenção aos Três Rs são necessários para garantir que o uso de animais em pesquisa seja minimizado e que o bem-estar dos animais usados ​​seja maximizado.





16 de fev. de 2022

Raiva

A raiva possui diversos reservatórios (animais que carregam a doença). De acordo com um artigo do Boletim Epidemiológico Paulista: “A Classe Mammalia  possui cerca de 4.650 espécies, sendo todos susceptíveis ao vírus da raiva porém, como reservatórios de importância em saúde pública, são mencionados duas ordens: Carnivora e Chiroptera”. Ou seja: os carnívoros em geral e os morcegos. “No ciclo urbano, a principal fonte de infecção é o cão e o gato. No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre. Outros reservatórios silvestres são: raposa, coiote, chacal, gato do mato, jaritataca, guaxinim, mangusto e macacos” (Ministério da saúde).


https://tenor.com/view/espumando-foam-sick-help-streamer-gif-16683215


Morcegos x Raiva


Os morcegos são conhecidos por frequentarem tanto o meio urbano quanto o rural e serem grandes suspeitos em se tratando da doença Raiva. O site do Ministério da Saúde aponta que: “Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente”. Ou seja, um morcego mesmo com aparência saudável pode ser um reservatório de vírus. A revista Scientific American ressalta que “morcegos provocam metade dos casos de raiva” no Estado de São Paulo.


https://www.ufsm.br/midias/arco/9-curiosidades-sobre-morcegos-que-voce-nao-sabia/


A forma mais comum de contágio é expor seu sangue à saliva do animal contaminado (sendo por mordidas e lambidas) ou mesmo por arranhões. Maria Helena Varella Bruna coloca a importante informação sobre a disseminação dessa doença: “embora o vírus esteja presente na urina, fezes e sangue dos animais infectados, não costuma oferecer risco maior de transmissão, porque não consegue sobreviver por muito tempo fora do organismo do hospedeiro”. E acrescenta que: “Exceção feita aos mamíferos, não há notícia de que outra classe de animais possa transmitir o vírus da raiva. Na maior parte dos casos, cães e morcegos são os animais que mais transmitem a doença pela saliva carregada de vírus”. E que há “casos de transmissão por via respiratória, quando uma pessoa não vacinada inala o ar carregado de vírus em cavernas infestadas de morcegos, por exemplo”. Ainda sobre morcegos e transmissão, a autora coloca que existe a possibilidade da raiva ser transmitida entre humanos para outros humanos: “entretanto, embora bastante raros, há casos de transmissão inter-humana pelo transplante de tecidos ou de órgãos infectados (especialmente pelo transplante de córnea)”. Isso oferece uma segunda situação de risco: a escassez de exames antes de transplantes médicos.


https://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteudo/2185/raiva.htm


Os morcegos são responsáveis por transmitir raiva pra muitos animais domésticos e de fazendas, atacando gado de corte e leite. O site BeefPoit aponta que “para o controle da raiva dos herbívoros é necessária a adoção, de forma sistemática e contínua, de duas medidas: a vacinação do rebanho e o controle da população de morcegos hematófagos (Desmodus rotundus)” e o site da empresa Ambiental Clean acrescenta que, apesar da grande má fama que atinge esse mamífero voador, “só uma pequena porcentagem de morcegos estejam infectados com raiva”.



Transmissão


A forma mais comum de contaminação pelo vírus da raiva trata-se ”através do contato com a saliva de animais doentes, através de mordeduras, arranhões ou lambeduras em pele lesada ou mucosa” (Ambiental Clean) e “embora todas as espécies de morcegos possam atuar como transmissores do vírus da raiva, o morcego hematófago é considerado, um dos principais responsáveis pela transmissão da doença, podendo infectar não só bovinos, eqüinos como também outras espécies de morcegos”. Dessa forma temos uma cadeia, onde “todos os animais infectados com a raiva, inclusive o próprio morcego, podem transmitir (...) para o homem através de suas fezes e no local onde vivem, como cavernas e forros. (Ambiental Clean).


http://www.cidasc.sc.gov.br


Apesar do morcego hematófago ser o principal transmissor entre esses animais, os morcegos frutíferos não estão totalmente descartados. A Revista de Saúde Pública fez um artigo onde destaca que “quatro casos positivos para a raiva foram diagnosticados em morcegos de três espécies de molossídeos (um Molossus molossus, um Nyctinomops laticaudatus e dois N. macrotis)” no Estado de São Paulo, sendo o segundo citado (Molossus molossus) uma espécie muito comum em Santa Catarina no interior de casas antigas, beiradas de telhados e frequentador noturno de bebedouros para beija-flores. De acordo com Gustavo Laredo do site do programa Globo Rural, todas as espécies podem transmitir o vírus pela mordida, já que “todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, mas para que ocorra a transmissão é necessário o contato da saliva com o sangue. Por isso os vampiros, que mordem os animais, são os melhores transmissores”. Valendo ressaltar que “qualquer mamífero pode transmitir a doença: gato, vaca, cavalo, coelho, morcego(...). A transmissão ocorre, principalmente, por causa das mordidas dos animais, mas podem acontecer em caso de arranhões ou até lambidas”. (G1).


https://rdlider.com.br/2019/04/06/raiva-mata-mais-de-50-animais-em-soledade/


Sobre a transmissão da raiva de humanos para humanos, Maria Helena Varella aponta em seu site que: “é considerada remota a possibilidade de que o vírus da raiva possa ser transmitido por via sexual, da mãe para o feto durante a gestação”. A autora acrescenta que após a vacinação “pessoas que pertencem a grupos de risco e, portanto, mais vulneráveis à infecção, devem tomar a vacina contra raiva e acompanhar a resposta do sistema imunológico para saber se a produção de anticorpos atingiu os níveis adequados. Conforme o caso, doses de reforço devem ser repetidas a cada dois anos”.




OBRIGATORIEDADE DA VACINAÇÃO



Na cidade de Florianópolis, existe uma lei sobre a vacinação de animais contra a raiva (Lei Complementar número 94, de 18 de dezembro de 2001). O site do município apresenta no artigo 18 que: “todo proprietário de animal é obrigado a vacinar seu cão ou gato contra a raiva e leptospirose, observando o período de imunidade, de acordo com a vacina utilizada”. A mesma lei foi aprovada pelo município de Palhoça no ano de 2009. De acordo com a Lei Municipal 13.131, cães e gatos de São Paulo devem tomar vacina antirrábica todos os anos. Não existe uma lei de abrangência nacional de obrigatoriedade da vacinação contra a raiva, mas diversos municípios adotaram suas próprias leis como medida de prevenção.


https://redepara.com.br/Noticia/215595/comecou-a-campanha-de-vacinacao-para-caes-e-gatos

Os animais colocados como prioridade nas vacinações são cães e gatos (por haver maior convivência dos mesmos com humanos). O site Destak Pet afirma que as vacinações para esses animais são diferentes: “para cães as vacinas "V8" ou "V10" são fundamentais, já para os gatos as "V3" ou "V4" são muito importantes. A escolha da mais adequada deverá ser feita pelo médico veterinário de sua confiança.”


www.ceara.gov.br


Porcentagem de animais vacinados no Brasil


O cenário no Brasil já foi mais agradável na prevenção dessa doença. O Ministério da Saúde coloca que: “no período de 2012 a 2016, as coberturas vacinais de cães sofreram variações na quase totalidade dos municípios do país, sendo que em alguns anos, estiveram abaixo dos 80% da população canina estimada vacinada” e completa com “os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul desde 1995 não realizam campanhas massivas de vacinação canina e felina anual”.


De acordo com o site do Ministério da Saúde: “a raiva é de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmitido por cão e gato) e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal”. Restando apenas esperar pela volta das campanhas de vacinação dos animais domésticos, focando também em uma conscientização da população sobre a vacinação humana, de animais de fazenda e de animais reservatórios do problema em geral.


https://www.patasdacasa.com.br



VACINAÇÃO HUMANA


No caso de humanos não vacinados, a raiva pode ser diagnosticada após o contágio, sendo necessário um tratamento de risco. O quadro “Saúde de A a Z” do portal do Ministério da Saúde apresenta uma cartilha apresentando o protocolo de tratamento da raiva humana, disponível clicando aqui. O mesmo site, aponta que: “a raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição”. Ainda no quadro Saúde de A a Z, a prevenção acaba sendo a melhor saída, pois a doença é letal e o tratamento após a doença se instalar é de “utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetido ao protocolo sobrevivem”. 


https://www.sanoficonecta.com.br/artigos/vamos-falar-sobre-raiva-humana


De acordo com Maria Helena Varella: “Vacinas antirrábicas agem estimulando a produção de anticorpos, em duas linhas: preventivamente, nas pessoas que pertencem a grupos de risco e nunca foram infectadas, ou então como recurso para deter a propagação do vírus rumo ao cérebro, quando há suspeita ou confirmação de que o contato com o vírus realmente existiu”. Ela também explica a diferença entre as duas vacinas atualmente disponíveis no mercado: “as produzidas em culturas de células diplóides humanas – consideradas mais seguras e eficazes, porque apresentam maior competência para fabricar anticorpos e menor incidência de reações adversas” e as “do tipo Fuenzalida-Palácio modificada, produzidas em tecido embrionário de camundongos recém-nascidos, inoculados com a cepa Pasteur de vírus fixo”.

 

Riscos da vacinação


De acordo com Varella: tanto uma quanto a outra (vacinas) podem ser aplicadas em qualquer idade e não têm contraindicação, mesmo durante a gravidez ou no período de amamentação”. O site do Governo Federal também coloca a vacinação contra a raiva sem nenhuma contra-indicação, salientando que “vacina contra raiva é gratuita e encontra-se disponível em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS)”. 


Já a redação do site Minha Vida acrescenta que: “sempre que possível, recomenda-se a interrupção do tratamento com corticoides e/ou imunossupressores ao ser iniciado o esquema de vacinação. Não sendo possível, a pessoa deve ser tratada como imunodeprimida”. A bula da vacina aponta pessoas com alergia aos componentes como contraindicadas e também “se você apresentar febre ou doença aguda a vacinação deve ser adiada”.(ANVISA)


https://www.ubatuba.sp.gov.br/destaques/vacinacaoredeprivada/


Quem precisa tomar a vacina


O site do Ministério da Saúde cita os principais grupos de pessoas que precisam tomar a vacina de raiva humana: “médicos veterinários, biólogos, profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva, estudantes de Medicina Veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins, pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas, investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos: e/ou animais silvestres de vida livre ou de cativeiro, inclusive funcionário de zoológicos, espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas de risco”. O Ministério da Saúde complementa que a vacinação preventiva: “simplifica a terapia pós-exposição, eliminando a necessidade de imunização passiva (soro ou imunoglobulina), e diminui o número de doses da vacina e desencadeia resposta imune secundária mais rápida quando iniciada a pós-exposição”. Além do público citado, o Ministério da Saúde faz a observação de que “pessoas com risco de exposição ocasional ao vírus, como turistas que viajam para áreas de raiva não controlada, devem ser avaliados individualmente, podendo receber a profilaxia pré-exposição dependendo do risco a que estarão expostos durante a viagem”.


pt.vecteezy.com


A titulação deve ser repetida “a cada 6 meses” (Dive-SC). De acordo com o site Minha Vida, “são realizadas cinco doses, dados no dia da exposição e depois no terceiro, sétimo, décimo quarto e vigésimo oitavo dias após a exposição. O controle sorológico (titulação de anticorpos) é exigência indispensável para a correta avaliação da pessoa vacinada”. A sorologia deve ser feita em laboratórios especializados que trabalhem especificamente com o exame de titulação de anticorpos neutralizantes para a raiva.



http://www.cidasc.sc.gov.br/blog/2019/12/04/cidasc-informa-saiba-como-se-prevenir-da-raiva-2/



A prevenção continua sendo a melhor maneira para evitar a disseminação de doenças, nesse caso a vacinação de animais acaba sendo indispensável, bem como a vacinação de pessoas consideradas casos de risco. Prevenir também abrange cuidados ao manusear animais silvestres e mesmo suspeitos de portarem a doença.



REFERÊNCIAS


ANVISA. Vacina raiva (inativada). Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=9038472013&pIdAnexo=1840767>. Acesso em: 28 mai. 2019.

BR, Gov. Brasil é exemplo na erradicação da raiva animal e humana no mundo. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2012/10/brasil-e-exemplo-na-erradicacao-da-raiva-animal-e-humana-no-mundo>. Acesso em: 28 mai. 2019.

BRUNA, Maria Helena Varella. Drauzio. Raiva Humana (hidrofobia). Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/raiva-humana-hidrofobia/>. Acesso em: 28 mai. 2019.

CLEAN . Ambiental. Sobre Pagras: Morcegos. Disponível em: < https://www.ambientalclean.com.br/sobre-pragas/pragas-morcegos/>. Acesso em: 28 mai. 2019.

G1. Bem Estar. Raiva: o que é, transmissão, sintomas, diagnóstico e prevenção. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/raiva-o-que-e-transmissao-sintomas-diagnostico-e-prevencao.ghtml>. Acesso em: 28 mai. 2019.

KOTAIT, Ivanete etc. Reservatórios silvestres do vírus da raiva: um desafio para a saúde pública. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/noticia/raiva-o-que-e-transmissao-sintomas-diagnostico-e-prevencao.ghtml>. Acesso em: 28 mai. 2019.

LAREDO, Gustavo. Globo Rural. Morcego que dá raiva. Disponível em: <http://www.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC550250-2584,00.html>. Acesso em: 28 mai. 2019.

MUNICIPAIS, Leis. Lei Complementar Nº 94, de 18 de Dezembro de 2001. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a/sc/f/florianopolis/lei-complementar/2001/9/94/lei-complementar-n-94-2001-dispoe-sobre-o-controle-e-protecao-de-populacoes-animais-bem-como-a-prevencao-de-zoonoses-no-municipio-de-florianopolis-e-da-outras-providencias>. Acesso em: 28 mai. 2019.

MUNICIPAIS, Leis. Lei Nº3072, de 23 de Julho de 2009. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a/sc/p/palhoca/lei-ordinaria/2009/308/3072/lei-ordinaria-n-3072-2009-dispoe-sobre-a-criacao-e-instituicao-do-centro-de-controle-de-zoonoses-e-populacoes-animais-do-municipio-de-palhoca-e-da-outras-providencias-2015-04-01-versao-consolidada>. Acesso em: 28 mai. 2019.

PET, Destak. Cuidados com o pet na hora de vacinar. Disponível em: <https://www.destakjornal.com.br/pet/detalhe/cuidados-com-o-pet-na-hora-de-vacinar>. Acesso em: 28 mai. 2019.

SAÚDE, Ministério da. Raiva. Disponível em: <http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1818/raiva.htm>. Acesso em: 28 mai. 2019.

SAÚDE, Ministério da. Saúde de A a Z. Raiva: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva>. Acesso em: 28 mai. 2019.

SC, Dive. Raiva Animal - Atendimento Anti-Rábico Humano. Disponível em: <http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/publicacoes/Raiva_humana_e_atendimento_anti-rabico_humano-ant.pdf>. Acesso em: 28 mai. 2019.

SCIELO. Revista de Saúde Pública. Raiva em morcegos insetívoros (Molossidae) do Sudeste do Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89101995000500009&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 28 mai. 2019.

SILVA, PEDRO. Luzia Helena Queiroz da e Wagner André. A raiva dos herbívoros e os morcegos transmissores – parte 1. Disponível em: <https://www.beefpoint.com.br/a-raiva-dos-herbivoros-e-os-morcegos-transmissores-parte-1-5122/>. Acesso em: 28 mai. 2019.

TEIXEIRA, Regiane. Folha de São Paulo. Cães e gatos devem ser vacinados anualmente contra a raiva; saiba mais. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/04/1439332-caes-e-gatos-devem-ser-vacinados-anualmente-contra-a-raiva-saiba-mais.shtml>. Acesso em: 28 mai. 2019.

VIDA, Minha. Vacina contra raiva. Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/16702-vacina-contra-raiva>. Acesso em: 28 mai. 2019.

ZAYCEV, Alexei. Morcegos provocam metade dos casos de raiva. Disponível em: <https://www2.uol.com.br/sciam/noticias/morcegos_provocam_metade_dos_casos_de_raiva.html>. Acesso em: 28 mai. 2019.


Trabalho

    Tenho passado por uma dificuldade muito grande ultimamente: estou na sétima fase do curso de medicina veterinária e não consigo estágio. 

    As vezes me pergunto se é pela idade ou pelo simples fato de eu ser autista, pois todos os meus colegas até de fases menores já conseguiram uma oportunidade de começar.


Se eu cheguei na sétima fase do curso é porque tenho capacidade, sei os conteúdos e estou pronta para entrar em um estágio e aprender ainda mais.

    Medicina Veterinária é uma área que requer prática e vivência. Como adquirir ambos se meu currículo é muitas vezes ignorado assim que a informação "autista" é lida?

    Não acho sincero ocultar o fato, mas também não encontro muita lógica em rotular como incapaz alguém que está indo na direção de uma formatura assim como seus colegas.

    Me deem uma chance.

11 de fev. de 2022

Quase 100!

     Estava fazendo a atualização de um desenho meu de lápis de cor para pintura digital e deu a estranha vontade de fazer uma postagem com TODAS as fichas que fiz até agora. Estou quase em 100 fichas! De agora em diante todas vão ser feitas com pintura digital.

    Vou comemorar colocando todas em uma única postagem!

lápis de cor

pintura digital

lápis de cor

pintura digital

pintura digital

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

pintura digital

pintura digital
 
pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

pintura digital

lápis de cor

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

pintura digital

lápis de cor e acho que preciso refazer

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor e cor retocada digitalmente

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

pintura digital

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor, exceto dicolorus

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor e canetinha hidrográfica

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor

lápis de cor e preciso refazer

lápis de cor

    Lembrando que clicando aqui vai para a postagem onde pode baixar todas as fichas em um pacote só

Os comentários foram desativados:

tenho de 70 a 100 visitantes por dia e quase nenhum comentário nas postagens, apenas no meu e-mail. 

Acabei achando a sessão inútil de manter. Contato: JulianaOdeiaCafe@gmail.com