26 de nov. de 2007

Periquito Australiano


Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Gênero: Melopsittacus
Espécie: undulatus

Ambiente natural: Austrália Central




Começando pelo começão: O casal

As vezes as fêmeas quando muito jovens possuem o bico meio verde água e os machos meio branco. Quando jovens demais todos possuem o bico cor de rosa. Na dúvida é melhor adquirir um casal mais velho que já tenha o bico rosado definitivo ou marrom (no caso da fêmea) e azul no caso do macho.

As fêmeas na época de reprodução escurecem o bico de rosa para um tom quase marrom escuro e os machos após a reprodução ficam com ele bem mais azul escuro.

Podendo viver até 6 anos quando em liberdade, o Periquito Australiano originalmente habita as zonas áridas do interior da Austrália.

O naturalista Shaw foi o primeiro a descreve-lo por volta de 1789. John Gouuld publicou na Inglaterra um livro sobre estas aves 50 anos depois da descrição de Shaw.

O Periquito Australiano é uma ave nômade de hábitos monogâmicos. Vivem em bandos numerosos alimentando-se de frutas e sementes.

Os filhotes mesmo depois de adultos não abandonam o grupo como a maioria dos pássaros faz, por isso é recomendado não ter um único exemplar em cativeiro, pois ele irá se sentir só a não ser que o dono tenha muito tempo para dedicar-se a ele.

O bico encurvado da família Psittacidae é uma adaptação para a alimentação a base de sementes e frutos. As aves dessa família apresentam cores muito variadas e algumas espécies podem reproduzir sons da fala humana ou ter crista móvel.

Sua envergadura média é de 18cm e 7cm de altura.

A plumagem natural é verde, com as penas das asas e costas pretas e face amarela.

Periquito Australiano de cor selvagem.

É muito comum ver periquitos azuis, amarelos, brancos e mesclados no mercado. A variedade de cores deve-se as colorações artificiais desenvolvidas por criadores através de cruzamentos em cativeiro.

O primeiro cruzamento que resultou em cor diferente foi em 1872 na Bélgica. Surgiu uma mutação amarela de um casal verde. Poucos anos mais tarde, ainda na Bélgica, outro criador conseguiu uma ave amarela, porém de olhos vermelhos. A partir disso a variedade de cores foi aumentando.

Atualmente são conhecidas mais de 200 cores e tons de plumagens nos Periquitos Australianos.

Variação de cor: fêmea de coloração verde-água

O primeiro local onde os periquitos foram introduzidos em cativeiro foi a Inglaterra.

A ave colorida, animada, dócil, fácil de adestrar e reproduzir logo fez sucesso e propagou-se como animal de estimação pelo mundo todo.

Desde 1850 que a espécie virou alvo de seleção artificial e reprodução, pois custo de manutenção e criação de um periquito australiano é muito baixo. Basta ter um casal, comida, água e espaço adequados que eles fazem o resto.

A maturidade sexual começa aos 5 meses de idade, porém só estarão completamente formados com 9 meses, por causa disso, recomenda-se a reprodução a partir de 1 ano de idade.

Filhote com poucos meses de vida

O período de reprodução ocorre entre os meses de agosto e janeiro.

Por ser uma ave que vive em bandos, os Periquitos Australianos reproduzem tanto em viveiro coletivo quanto em gaiolas com um único casal.

O sinal de que o acasalamento ocorrerá é a partir do momento que o macho começa a alimenta a fêmea no bico. Ambos entram no ninho e 20 dias depois do namoro virão os ovos.

Os filhotes mais velhos também costumam alimentar os irmão mais novos diretamente na boca.


Irmão mais velho alimentando o mais jovem

A fêmea coloca um ovo a cada dois dias, podendo chegar a 8. O número varia muito entre 3, 8 ou até mesmo 11. Caso haja excesso (acima de 5 ou 8 ovos) recomenda-se retirar alguns e passar para uma fêmea que possua menos.

Com 18 dias os ovos eclodem e nascem “frangos assados” totalmente pelados e com as pálpebras ainda fechadas.


Filhotes com poucos dias de vida: pelados e com pálpebras coladas


Filhotes com 3 semanas apresentando a primeira penugem

Filhotes com a penugem formada

Penugem sendo substituída por penas leves

Sair do ninho não quer dizer deixar o ninho de vez. Em média, com 35 dias os filhotes saem do ninho ainda não sabendo voar, pois as penas maiores ainda não estão formadas, assim ficam passeando para conhecer o viveiro e voltando sempre que sentem-se ameaçados.

Primeiras penas

Prontos para sair do ninho

Primeiras penas

Com o tempo o filhote passa a usar o ninho somente para dormir e mais tarde sai definitivamente.

Após 60 dias da primeira postura, a fêmea pode colocar ovos novamente.

Em cativeiro a esperança de vida média do animal aumenta de 6 para 12 anos ou mais.

Filhote recém saído do ninho ainda não conseguindo voar

Ao adquirir o animal deve-se tomar alguns cuidados. As penas devem estar perfeitas, aves com as asas cortadas ou penas curtas podem estar com um problema de mal desenvolvimento das penas maiores que está associado à esterilidade e vida curta.

Muito ativo, recomenda-se que tenha brinquedos, outros periquitos ou muita atenção humana ao se alcance.

Por não ser territorialista, pode-se ter no viveiro diversos periquitos de sexo e idade variada sem problemas.

Argolas com sino: brinquedo preferido de aves curiosas

Por ser muito dócil, se acostumado desde filhote o periquito australiano permite que seu dono o pegue na mão ou mesmo coloque no ombro sem fugir ou morder.

Da mesma forma que as cores foram modificadas, a estrutura óssea, postura e penas foram aprimoradas através dos anos originando uma ave maior e mais robusta: o Periquito Inglês.

Como não estou tratando do Inglês nessa postagem, seguem alguns nomes comuns para o Periquito Australiano no Brasil:
- Periquito Comum
- Periquito Ondulado
- Periquito Zebrado


O nome "Periquito Zebrado" deve-se as tradicionais asas gotejadas de preto e "Periquito Ondulado" por causa da sobreposição de cores em forma de ondas.


Asa de um filhote de periquito

Quando em estado natural, os periquitos alimentam-se quase exclusivamente de sementes. Em cativeiro recomenda-se dar, além das sementes, frutas, verduras, legumes, farinhadas e outros complementos alimentares.

A ração mais comum e balanceada para as aves contém: pinhaço, alpiste e aveia. Geralmente 50% pinhaço, 30% alpiste e 20% aveia.

Filhotes e jovens necessitam de menos aveia e mais alpiste.


Aves jovens comendo repolho

Apesar do nome popular “periquito”, esta ave é mais próxima dos papagaios que periquitos em si, podendo até mesmo aprender a falar, pois está entre as 10 aves falantes do mundo.

Poucas pessoas sabem que seus periquitos podem falar se ensinados desde pequenos. A ave doméstica registrada com maior vocabulário foi um periquito australiano! (ver link)

O primeiro passo para ensinar seu periquito a falar é escolhendo uma ave bastante jovem (recém saído do ninho) e os isolando dos demais e de outros animais que façam ruídos.

Os adultos não aprendem a falar e os filhotes desenvolvem a fala a partir do momento em que os donos repetem diariamente e com calma uma palavra por vez enquanto cuidam e brincam com o filhote.


Filhotes recém saídos do ninho: cores variada porém irmãos de mesmo pai e mãe

Se o mesmo ficar com outros periquitos ou outras aves não aprenderá a falar, mas sim a fazer os gritos comuns dos periquitos. É aconselhado deixa-lo onde haja muito movimento humano (dentro de casa por exemplo).

A família dos Psitacídeos em geral são faladores, pois o formato da boca e laringe possibilitam essa aptidão

O periquito australiano emite palavras com um tom mais agudo e bem mais rápido que os papagaios.

Dimorfismo sexual

O macho possui a carnícula (saliência acima do bico onde encontram-se os orifícios nasais) azul e a fêmea em tom castanho ou rosado. Quando jovens todos possuem a carnícula rosada.

Periquito macho com todas as penas já formadas
julianasphynx.blogspot.com
Curiosidades
- Apesar de muitos escaparem do cativeiro, apenas na Flórida o periquito australiano estabeleceu-se como população selvagem.

- O sucesso dessa espécie foi tão grande nos EUA que provocou a caça indiscriminada na Austrália. Temendo o risco de extinção, estabeleceu-se uma Lei impedindo a exportação do periquito.

- Os Periquitos Australianos selvagens são menores que os criados em cativeiro.

- O Periquito Inglês mede de 20 a 22 centímetros (maior que o Australiano) e é o único que pode participar de exposições.

- A Inglaterra além de desenvolver o Periquito Inglês também afixou uma mutação do Periquito Australiano que apresenta penacho na cabeça.

- As gaiolas para periquitos devem ser obrigatoriamente de arame, pois eles roem a madeira a ponto de abrir passagens onde facilmente poderão fugir.

Veja tambem a postagem Periquito Australiano: Reprodução




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