Apenas as aves possuem penas. São estruturas epidérmicas mortas formadas exclusivamente por queratina que tem diversas funções: isolamento térmico, proteção do corpo, atrativo para reprodução, dimorfismo sexual, impermeabilizante, protege dos raios solares, auxiliam no vôo...
Cerca de 30% do total de penas de uma espécie são encontradas na cabeça e pescoço.
Algumas aves perdem parte de suas penas no verão e ganham novas no inverno como proteção contra o frio.
Os machos de algumas espécies possuem penas diferenciadas (mais coloridas, penachos ou caudas maiores) que servem como atrativo para as fêmeas na época de reprodução. Um bom exemplo é o caso do
pavão, onde somente o macho possui uma enorme cauda colorida que se abre quando quer chamar a atenção do sexo oposto.
Cada pena possui uma estrutura especializada para a função que exerce.
As partes básicas de uma pena são:
Cálamo: Ponta oca localizada no final da pena que fica enterrada na pele da ave (fixação)
Ráquis/Raque: Parte central da pena (sustentação)
Vexilo/Barbas: Ramos que estão presos na raque (penas)
Bárbulas: Ramificações das barbas (plumas)
Pena
Pluma ampliada
As penas são denominadas de acordo com sua função:
Rémige: Penas de voo da asa. Possuem formato longo e irregular.
Rémige de um Pardal (Passer domesticus)
Rectriz: Penas de vôo da cauda. São freqüentemente simétricas.
Rectriz de um Pombo (Columba livia)
Tetriz: Penas que revestem o corpo. Possuem barbas na coloração do animal e plumas perto do cálamo.
Pluma: Isolante térmico que fica em baixo das tetrizes.
Pluma de Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus)
Os filhotes são cobertos por plumas denominadas penugens que auxiliam no seu isolamento térmico. Depois de certa idade, essas plumas ficam por baixo das demais penas.
Filhotes de Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus) dando início a plumagem adulta (penugem sendo recoberta por pequenas penas coloridas).
Existem alguns casos especiais de penas. O mais comum deles é a Pluma Pulverulenta.
Plumas pulverulentas: As barbas dessa pena desintegram-se a medida que crescem e transformam-se num pó fino impermeabilizante. Algumas aves como as garças, gaviões e papagaios utilizam esse pó como impermeabilizante de suas penas distribuindo com o bico pelo corpo todo.
A habilidade de voar das aves dá-se pelas penas de contorno (rémige + rectriz + tetriz). A combinação dessas penas faz com que a ave ganhe habilidades aerodinâmicas.
As penas menores deixam a ave plana enquanto as maiores atuam como um leme dando controle maior no vôo.
Exemplos de penas de contorno de um Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus). De cima para baixo: tectriz, rectriz e rémige.
A coloração das penas varia muito de espécie para espécie.
Algumas utilizam as cores como dimorfismo sexual, como é o caso do Pato Real (Anas platyrhynchos), onde o macho possui a cabeça verde e cores fortes, enquanto a fêmea é marrom fosca.
Outras espécies utilizam a coloração das penas para camuflagem. Como é o caso do pardal (Passer domesticus).
Diversas cores são modificações feitas em laboratório para fins comerciais (animais domésticos). Como é o caso do Periquito Australiano (Melopsittacus undulatus) que originalmente encontra-se apenas em tom verde.
Foto de penas rémige de dois Agapornis (Agapornis sp.)
Alguns problemas genéticos ou da alimentação podem alterar a cor da plumagem de uma ave. Os mais comuns são:
Melanismo: Excesso de melaninna. Torna o animal de plumagem normal (clorida ou clara) em escuro (preto ou marrom).
Flavismo: Excesso de pigmentos amarelos
Leucismo: Dá a cor branca a animais geralmente escuros ou coloridos.
Albinismo: Ausência de pigmentos, podendo originar animais totalmente brancos, assim como o leucismo.
Pavão (Pavo cristatus) leucístico.
A forma mais fácil de saber se o animal é albino ou leucistico é observando a tonalidade dos olhos, que nos albinos tem tom avermelhado ou rosado.
Giandromorfismo: Confusão no dimorfismo sexual. Animal com metade da plumagem característica de fêmea e metade macho.
Curiosidades:Os flamingos ingerem uma substância presente em crustáceos chamada caroteno que é responsável pela coloração rosada da ave. Na falta da mesma, suas penas tornam-se esbranquiçadas.
Flamingos-Chilenos (Phoenicopterus chilensis)