Mais uma postagem de assunto bem aleatório, mas não esqueça que você está aqui no meu território de desabafos e outras coisas. É quase como um caderno virtual, então não é surpresa alguma que eu escreva algumas coisas nele para me aliviar um pouco.
Como já disse aqui antes eu descobri ser autista depois da infância, isso não anulou as dificuldades que vivi naquela época e nem mesmo ter um monte de cacoetes. Durante a minha infância até a pré-adolescência eu convivi de maneira forçada com uma pessoa que me imitava em TUDO, até nos meus problemas motores, falas, forma de sentar, agir, coisas que eu tinha (especialmente essa última parte, ao ponto de eu tentar esconder tudo quando sabia que ela ia aparecer)... Vou ser bem sincera em admitir que isso me afetou tão amargamente que até hoje tenho nojo, raiva e sequelas disso.
Passei a ser uma pessoa que só se vestia de cinza: sempre o mesmo moletom (que por acaso o tenho até hoje), com calça de moletom cinza, cabelo solto sem nada, camiseta branca e tênis branco. Tudo velho! Eu não tive uma identidade e personalidade, tentava ser o máximo desinteressante possível para não chamar a atenção de mais ninguém assim. Eu não tinha aquele senso de individualidade normal, só pânico mesmo.
Na adolescência que fui mais distanciada dessa pessoa e deixei fluir quem eu parecia realmente ser. Chegando no segundo grau, uma completa desconhecida que dizia me odiar fez-se uma copia de mim da cabeça aos pés! Era algo realmente bem descarado. Ai ficava me questionando: se ela me odiava porque era uma cópia tão deslavada? Eu via um espelho de uma caricatura mal feita de mim!
Anos se passaram e... Se sou tão desinteressante por qual razão fui passar isso mais uma vez com a que se dizia ser minha melhor amiga uns anos depois? Cara, eu não entendo! Dessa vez foi alguém que gostava de mim que me avisou e inclusive para me afastar dela por estar falando mal de mim pelas costas e sendo minha amiga pela frente... Eu atraio muito lixo!
Ao entrar na primeira faculdade eu nem procurei amizades, só me isolava e observava as pessoas agindo. Evitava quem se aproximava de mim e notei que muitas pessoas realmente queriam ser minhas amigas mas as cópias me isolaram ao ponto de eu agir assim como defesa.
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O bizarro nisso tudo é ver que homens também fazem isso, mas geralmente para se aproximar fingindo ter algo em comum. Nunca me esqueço de ver aquele cara sempre bebendo em vários dias diferentes e depois dele ter lido sobre eu não gostar de homens que bebem aparecer sempre com garrafinha de água e falando que não bebia mais. Foi só eu começar a sair com alguém que ele voltou as garrafas tradicionais de álcool. Eu observo as pessoas muito antes delas chegarem perto de mim e não vou estar desavisada se isso vier a acontecer. Eu fiquei assim desde bem cedo! Ser isolada e sozinha facilita a observação, mas me fez alguém infeliz e insegura.
Na vida adulta tentei amizade com uma vizinha e foi só ela começar a falar em pintar o cabelo igual ao meu, querer tudo o que eu tinha e outros sinais assim que enviei uma mensagem para ela falando que eu não estava confortável e queria terminar essa amizade. Sério! Eu agora simplesmente me abro, confesso e me afasto.
Só queria que as pessoas entendessem algo bem básico da vida: se um dia alguém deixou você chegar perto para uma amizade é porque já tem algo em comum! Que seja o senso critico, ou uma conversa legal, alguma coisa única que gostamos ou o que for! Você não precisa sair sugando a personalidade ou gostos do outro para forçar algo em comum. Não precisa querer ser a outra pessoa para se sentir mais interessante. Admire quem você admira mas seja você mesmo, pois o outro te admira como você é e como apareceu para ele no começo.
Hoje eu não tolero mais esse tipo de coisa, me canso e mando a pessoa embora sem nem ter que contar toda essa historia primeiro.