Traduzido para o português como O Nome da Rosa, é um premiado romance do escritor Umberto Eco lançado em 1980.
Sinopse:
Neste livro, durante a última semana de novembro de 1327, em um mosteiro franciscano italiano, paira a suspeita de que os monges estejam cometendo heresias. O frei Guilherme de Baskerville é, então, enviado para investigar o caso, mas tem sua missão interrompida por excêntricos assassinatos.
O sucesso da obra foi tão grande que seis anos depois ganhou uma adaptação para o cinema com Sean Connery no papel principal do monge William de Baskerville. O filme de 1986 é muito fiel à obra original, toma-se por referência sua sinopse igual à do livro:
"em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado".Lembro de ter assistido na época de colégio. O vi inteiro e, por alguma razão, uma professora de historia nos mostrava-o anos depois apenas em partes. Acabei memorizando mais as partes que assisti depois de forma "picada" nas aulas, mas lembro-me bem que imprimia perfeitamente o clima do mosteiro descrito por Eco. Preciso reassistir!
Atualizando: Reassisti o filme e ele é uma baita correria resumida e muito inferior em tudo se comparado ao livro. Parece ser algo meio comum não gostar dos filmes depois de conhecer os livros nos quais foram baseados por ficarem parecendo versões corridas, super explicadas, resumidas e feitas para vender. Parecia tão legal na época, mas o material original não tem comparação.
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-2402/
Esse livro ainda possui um jogo de tabuleiro e uma recente minissérie (2019) pela Amazon Prime Video que ainda vou assistir.
https://www.ludopedia.com.br/jogo/the-name-of-the-rose/imagens/12025
Me chamou a atenção que o personagem principal da série (William de Baskerville) se baseia na fisionomia de Sean Connery que foi o personagem principal do filme e não lembra em nada o original. Mais uma vez a sinopse é a mesma (série e jogo) e dessa vez nem vou colocar para não revelar cada vez mais detalhes.
Atualizando: Assisti a série e simplesmente AMEI. É muito fiel ao livro e desenvolveu melhor a personagem feminina sem nome, dando realmente sentido ao romance vivido por ela e o noviço, além de acrescentar ativamente as demais personagens mulheres apenas citadas durante a narrativa dando mais espaço para o gênero.
https://www.maisgoias.com.br/blog-post/telemania/critica-o-nome-da-rosa-minisserie-starzplay/
Algumas coisas nesse romance se ressaltam pela grande fidelidade à época retratada. A maior delas sem dúvidas é o fato de tratar as horas do dia de forma canônica. As horas canônicas estão no começo da cada capitulo, e com o passar da historia acabam ficando bem familiares ao leitor. Esses nomes marcam as divisões do dia de acordo com os horários fixos de oração e deveres dos monges. De acordo com o livro essas horas são:
entre 2 e 3h - matina;
entre 5 e 6h - laudas;
7:30h - prima;
9h - terça;
entre 14 e 15h - noa
16:30h - vésperas;
18h - completas;
Logo no início da história somos apresentados a William: um cara alto, cismado em tirar conclusões com base em um monte de coisas que não faz muito sentido e com o sobrenome Baskerville... Uma referência direta a Sherlok Holmes. Ele fala igual e é chato igual ao famoso investigador, ainda bem que isso vai ficando mais leve no decorrer das coisas. Seu parceiro Adso é praticamente o Watson (lembrando muito a sonoridade do nome) e também é ele quem conta a história assim como Watson nos romances de Holmes. A diferença aqui é que gostei.
O livro conta com diversos trechos em latim, alguns deles até bem grandes. Com o passar do tempo fui entendendo que não são coisas necessárias para a história e parece que foi só para o autor gabar-se que sabia o idioma. Pode-se ler tranquilamente pulando essas partes, acredite!
Essa foi a primeira obra de Umberto Eco, sendo reconhecida mundialmente logo após seu lançamento. No início da historia o autor prende-se mais em descrever o ambiente e deixar o protagonista chato com conclusões baseadas em coisas sem nenhum sentido lógico. A história poderia já ter andado muito se não fosse esse problema inicial, mas com o passar do desenvolvimento a trama segura o leitor e torna-se uma escrita bem mais madura. O titulo de cada capítulo resume o que está por vir, parecendo uma chamada de novela antiga.
Por alguma bobagem clássica para o português brasileiro traduziram o nome de William para Guilherme. Nome é nome! Acredito que os demais personagens permaneceram com seus nomes originais, até os mais exóticos deles... Na verdade não! O Victor acabou de me dizer que os nomes italianos foram adaptados. Blergh!
Eu não lembro se o William no filme era tão chato assim, mas por sorte eu o assisti fazia tantos anos que não me lembrava bem do final e acabei embarcando muito curiosa no desenvolvimento da investigação até encontrar o grande culpado pelos assassinatos ou mesmo a grande trama. Não vou contar nada do final por ser muito bem elaborado.
A abadia é povoada por diversos monges (que óbvio!) que no decorrer da história vão se mostrando cada vez mais propensos aos comportamentos humanos comuns (curiosidade, desejos, inveja e muitos PALAVRÕES) do que a imagem casta, padronizada e polida divulgada sobre esta ordem. Vai virando um "Big Brother Mosteiro" e o dia a dia informal da comunidade toma conta da narrativa, presenteando-nos com pérolas como: uma pessoa falando que enfiaria penas no c... da outra, William dando tapas na cabeça de Adso com alguma frequência e o xingamento "peidorreiro" (seguido de coisas muito mais bizarras na mesma página desse último). Um outro trecho que me chamou a atenção foi logo na primeira aparição do personagem Salvatori. Ele é basicamente descrito como o homem mais feio do mundo, de acordo com Adso "parecia uma menina emurchecida por uma morte precoce"... Mas Adso basicamente diz que todos são feios, só que nesse caso é de dar pena! A informalidade vira protagonista enquanto a investigação prossegue e cada vez conhecemos mais os verdadeiros seres humanos que ali habitam.
Lembrando do outro livro que li faz pouco tempo (A Ilha do Doutor Moreau), me pergunto se Salvatori não é um personagem de lá de tão zoada que é sua descrição física. Coitado! O pior de tudo é que ele fala igualzinho o meu cérebro! Tem que ler para entender!
As aulas de historia e ter estudado em colégio de freiras fez com que eu entendesse todo o contexto do livro o tempo inteiro, seja em coisas religiosas ou mesmo nos períodos históricos citados. Valeu Coleginho! O período da inquisição fica bem claro, assim como alguns religiosos serem contra o atual papa e outros personagens históricos aparecem em breves narrativas.
A discussão sobre se Jesus ria ou não as vezes torna-se o centro das coisas. Os monges perdem realmente muito tempo cada um defendendo seu lado sobre ser correto ou não ter senso de humor. Parece uma coisa boba, mas vai ter sentido muito mais para frente. Também é retratada a "doença do amor" aparecendo descrita num livro como uma doença verdadeira. Tem tanta bobagem nesse trecho e em outros. Mulheres são comparadas à esterco e outras muitas coisas negativas pelos monges, sempre me pergunto porque existem mulheres cristãs e esse livro faz com que me questione ainda mais.
Tem uma frase no meio da história que gostei tanto que vou escrever aqui só para nunca esquecer: "apenas os pequenos homens parecem normais"(William). Essa é de refletir bastante.
Durante o decorrer da narrativa, um dos personagens ressalta o fato que as mortes dos monges ocorrem numa sequencia direta com trechos da bíblia. Por exemplo: um trecho que fala que "a terceira parte do mar virou sangue" e isso vai ser ligado o assassinato de um monge que foi achado jogado no sangue de porcos. Isso faz com que ele acredite conseguir prever mais ou menos como serão baseadas as próximas mortes. O livro bíblico em questão é A Revelação de João e de fato os crimes podem ser associados aos acontecimentos na sequência. Então, o que temos aqui?
James Bond + O Nome da Rosa = Anjos e Demônios
Dan Brown não só bebeu como se afogou nessa fonte para escrever anjos e demônios que agora nem o considero mais tão criativo. Eu tinha feito mais anotações sobre essa parte, pena que apaguei acidentalmente.
A conclusão de tudo foi banir o riso para manter a igreja no poder do medo e sob seu domínio o conhecimento. Ninguém teme aquilo que pode lhe fazer rir e esse é o centro e todos os problemas da abadia. No fim, esconder a verdade para que a religião seja a única portadora da verdade aos olhos daqueles que não acesso às informações pareceu para alguns a solução durante séculos para que o dogma permaneça intacto.
E sobre o nome da rosa? O titulo do livro deve fazer referencia a quantidade de palavras ou livros do mosteiro, visto q pode ser entendido como uma expressão para uma infinidade de palavras.... De acordo com a Wikipédia (2022) eu não errei: "O nome da rosa" era uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras". Ainda tive outras duas deduções: a quantidade de conhecimento infinita, as perguntas sem respostas, cada lado em um discussão defendendo ser o correto e também a moça com quem Adso se envolve e nunca soube seu nome. Esse último tem uma fala que foi alocada para o final do filme para deixar mais claro ao telespectador essa interpretação caso ficasse ainda o título lhe causando dúvidas.
O fim é trágico como o de Moby Dick, chegando a lembrar bastante pelo fato do jovem aprendiz que escreveu a história ser um sobrevivente vendo tudo "afundar".
Pena que a as coisas que anotei e perdi estavam bem melhores escritas, mas espero que tenha ficado uma semiresenha decente!