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- O significado do ensino da história em sala de aula
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Observando a resposta anterior, pergunto a meu entrevistado se acredita que as aulas sobre colonização brasileira ajudam a combater discriminação racial compreendendo as diferenças culturais de nossos imigrantes. Obtive uma resposta com pontos bastante importantes: “as políticas educacionais e culturais refletem a mentalidade e os modismos das comunidades no espaço e no tempo”. Dentro da primeira frase, ele continua com “as atuais políticas educacionais e culturais de desmonte do modelo colonialista, para um modelo de igualdade racional, implica na desconstrução de uma história do vencedor, para refletir uma história participativa”.
Vilson (2010) cita as diferenças raciais quando diz: “a história VIVENCIADA pela população brasileira ao longo dos quinhentos anos da presença do homem branco no Brasil, deve ser apresentada com as marcas de cada época e lugar, para evitar que se crie ‘mártires’ no tempo, para justificar modismos”. Este trecho lembra-me Manolo Florentino (2008) que afirma em seu texto “Sensibilidade inglesa” que tratar os negros como vítimas até hoje “dificulta o processo de identificação social das nossas crianças com aquela figura que está sendo maltratada o tempo todo, ou sempre faminta, maltrapilha”. Não que eu queira colocar esta questão em meu trabalho, mas alguns pontos devem ser destacados, talvez ponto de erro no ensino de tal disciplina. Citarei apenas o fator racial para não deter muitas páginas.
José Ricardo Oriá Fernandes (1993) destaca em sua obra “Ensino de História e diversidade cultural: desafios e possibilidades” disponível no site Scielo que “os livros didáticos, sobretudo os de história, ainda estão permeados por uma concepção positivista da historiografia brasileira, que primou pelo relato dos grandes fatos e feitos dos chamados “heróis nacionais”, geralmente brancos, escamoteando, assim, a participação de outros segmentos sociais no processo histórico do país”. José Ricardo acrescenta que “na maioria deles, despreza-se a participação das minorias étnicas, especialmente índios e negros. Quando aparecem nos didáticos, seja através de textos ou de ilustrações, índios e negros são tratados de forma pejorativa, preconceituosa ou estereotipada”.
Indo de contrapartida, no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil de Leandro Narloch (2009), vemos que “no final do século 18, um terço da classe senhorial era ‘de cor’. Isso acontecia na Bahia, Pernambuco etc”. Narloch cita mais tarde que “não há motivo para ativistas do movimento negro fechar os olhos aos escravos que viram senhores. Ninguém hoje deve ser responsabilizado pelo que os antepassados distantes fizeram séculos atrás”. Cito estes trechos, pois a história deve nos ser ensinada como um todo e não como maiorias ou minorias sociais. Vamos aprender a realidade no lugar da desigualdade?
Voltando a entrevista, o historiador Vilson (2010) diz que “a história do Brasil, deve ser ensinada como expressões de épocas, associando-as aos valores sociais-morais atuais, sem proceder o desmonte da história, por vergonha de assumir os “modelos construtivos históricos” que marcaram a sociedade brasileira ao longo dos séculos” e finaliza com “se proceder com isenção e espírito crítico conseguirá o professor promover a reflexão sobre o modelo social brasileiro atual, ajudando o aluno a compreender o quadro presente, sem estimular o sentimento de ‘injustiçado social’”.
Quando bem trabalhado o ensino nas escolas, de acordo com o site Электронная библиотека (2002) o ensino da História desde a juventude favorece a assimilação da “социального, гражданского и культурного опыта, формирования базисных гуманистических ценностей (патриотизм, толерантность, демократия, права человека, равноправие и диалог культур и др.) концентрирует в себе социально-мировоззренческие и ценностные установки” (Experiência social, cívica e cultural, formando uma base de valores humanísticos (patriotismo, tolerância, democracia, direitos humanos, igualdade e diálogo entre culturas e outros), reúne as atitudes e valores sociais).
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