Os 3Rs surgiram por questões sem consenso sobre bem-estar animal, pela visão de Russell e Burch sobre um melhor tratamento para cobaias e pela alternativa dos resultados de pesquisas serem compartilhados por meio da cooperação entre pesquisadores. O princípio dos 3Rs estabelece “redução, substituição (replacement em inglês) e refinamento”. Os Três Rs forneceram um conjunto claro de orientações para melhorar o bem-estar dos animais usados em pesquisas e ajudam a melhorar os resultados científicos. Eles elevaram o perfil do bem-estar animal entre os pesquisadores e estimularam a pesquisa sobre alternativas, metodologias mais humanas e melhores condições de habitação e criação. Os Três Rs fornecem uma estrutura ética para a pesquisa que também oferece alguma garantia ao público.
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Através do primeiro R, que quer dizer Redução podemos tentar reduzir o número de animais por procedimento experimental em um estudo, assim diminuindo seu uso e poupando algumas vidas de estresse ou mesmo morte. Essa regra fomenta a criação de bancos de dados com resultados positivos e negativos das experiências para serem compartilhadas e defende que a qualidade genética, sanitária e ambiental dos animais possibilita uma menor dispersão dos resultados, e assim, a diminuição do número de animais utilizados
http://www.scielo.br/j/rbcf/a/DGHYZ8YZhqs3TS7SP4Dm8Fv/?lang=pt
O segundo R, que quer dizer Substituição (não funciona essa abreviação em português, já que a palavra original é Replacement - eu trocaria no português por Reposição), propõe substituir o uso de animais sempre que possível, o que, assim como parte do primeiro, poupa algumas vidas de estresse ou mesmo da morte. Aqui existe a sugestão de substituir animais vertebrados vivos por invertebrados, embriões de vertebrados ou microorganismos, trabalhar com órgãos e tecidos isolados de animais, técnicas in vitro utilizando cultura de tecidos e células e a simulação de processos fisiológicos utilizando computadores.
https://www.peritoanimal.com.br/testes-em-animais-o-que-sao-tipos-e-alternativas-23404.html
O último R refere-se a Refinamento, que apoia o aprimoramento de métodos já descritos para minimizar o desconforto animal. Este conceito abrange a obtenção de treinamento e técnicas adequadas antes de executar qualquer experimento, além de conhecimento de todas as medidas de biossegurança, bioquímica e técnicas de manuseio.
https://profissaobiotec.com.br/bioinformatica-aplicada-para-dimunicao-testes-animais/
A regra dos Três Rs acaba por avaliar e melhorar algumas opções no momento da experimentação animal, não a abolindo. A regra pode ser preenchida com mais duas letras R, que seriam “respeito” e “relevância”, abraçando ainda mais a relação saudável do desenvolvimento científico com os animais.
A implementação dos Três Rs ainda varia em todo o mundo. Sessenta anos se passaram desde sua publicação, mas a jornada não terminou. Educação contínua, investimento e atenção aos Três Rs são necessários para garantir que o uso de animais em pesquisa seja minimizado e que o bem-estar dos animais usados seja maximizado.